Certamente essa é a carta mais assustadora do tarô, justamente porque diante delas estamos como que diante de um espelho. Sim, a morte revela quem somos. Se temos medo dela, isso revela mais sobre nós mesmos do que imaginamos. Revela nossas crenças (as verdadeiras, e não as que apenas dizemos ter), nossa relação com o mundo e nosso modo de viver. O medo da Morte nos assalta porque sabemos que não aproveitamos a vida como deveríamos, que ainda há muito por fazer. O medo da Morte mostra nosso horror à mudança, à desestabilização de nosso universado calculado, medido e organizado. A Morte é um furacão que instaura o caos, do qual fugimos completamente.
Mas esse medo é infundado. Porque a Morte não apenas é algo positivo, mas necessário. Todos os sistemas de crenças pregam isso de alguma forma, e até os "sistemas de descrença" lidam assim com a Morte. A Morte nada mais é do que transformação, fim de ciclo, abandono do que é antigo. O que pode ser algo doloroso, posto que exige adaptação à nova situação (opa, então haverá uma nova situação e, portanto, a Morte não é o fim!...) e desprendimento em relação ao que se tinha. Mas esse é um processo do qual não se pode escapar, e cujo resultado é, sempre, a evolução.
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