Quando vejo esses caras vestidos de gaúchos, com bombacha, lenço amarrado no pescoço e calçando botas, sempre os associo à imagem do palhaço. Ora, são ambas figuras exóticas clamando por atenção... No caso dos "tradicionalistas" gaúchos, no entanto, há uma diferença: eles se levam a sério e acham que prestam um serviço à coletividade por preservarem as "tradições". Tradições que nunca existiram, inventadas, forjadas a fim de criar uma identidade regional com a qual, no fim das contas, quase ninguém se identifica. Absurdo ainda maior é ver as mulheres com aqueles vestidões de "prendas", submetendo-se a uma visão de mundo absolutamente machista e autoritária: enquanto o macho monta seu cavalo e lida com o gado, a fêmea veste seu vestidão e ocupa-se das tarefas domésticas ou recita poemas cafonas.
Hoje é feriado no Rio Grande do Sul, dia em que os gaúchos comemoram a infame Revolução Farroupilha, verdadeira carnificina movida por interesses das elites econômicas da época. Como se essa revolução fosse motivo de orgulho e não de vergonha para nós.
Precisamos de mais palhaços e de menos tradicionalistas. Os palhaços, sim, prestam valioso serviço à coletividade!
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