Naquelas tardes outonais de quase inverno, naquelas coxilhas do Norte do Rio Grande do Sul, naqueles anos de 95, 96, 97, naqueles minutos que antecediam as 18 horas, aquele espetáculo eu gostava de ver.
A postos em algum ponto mais elevado daqueles campos, tendo diante dos olhos uma grande extensão de terra, vendo lá embaixo a igreja e, por trás de suas torres, bem mais adiante, as plantações e a cidade vizinha, eu apenas contemplava.
O horizonte distante, era lá para as bandas de Selbach que tudo acontecia. O sol descendo e provocando aquelas mutações de vermelhos em laranjas e azuis e violetas e até em verdes. Sempre a mesma cena, sempre diferente. E até os sons a meu redor se transformavam - como se, por segundos, a Natureza ficasse muda em puro deleite - quando ele, enfim, sumia.
Uma prece então me escapava dos lábios enquanto levantava-me para ir-me dali, 18 horas, hora da ave-maria. No caminho, cruzava com gentes que certamente não haviam virado seus pescoços para trás a fim de ver o espetáculo. Era como se só eu soubesse. Eram tantas as coisas que só eu sabia! Não era à toa minha solidão...
6 comentários:
vc mesmo que fez? pow nossas postagen tem algum em comum sobre solidão, mas legal seu texto parabéns.....
Que linda forma de explicar a solitude ao ver o por-do-sol
Olá...bem intrigante...somente o por-do-sol para contemplar nossos sentimentos..
Existem lugares e paisagens que nos completa, de uma forma ou outra é alimento sólido.
Abs
Ah...como eu amo o pôr do sol...
natiruts diz assim: O amor é como o sol, sabe como renascer"
Obrigada pelas coisas boas que encontrei aqui
Ótimo, ótimo mesmo!
Gostei bastante!
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