Para muitos, o falecido imperador etíope Hailé Selassié foi apenas mais um curioso exemplar entre os governantes que assolam os paises do Terceiro Mundo. Outros, porém, viram nele o messias, e em sua terra, a origem do cristianismo: são os rastas, da Jamaica, adeptos de uma singularíssima religião que se tornou internacionalmente conhecida a partir das músicas de nomes como Bob Marley.
Por Otávio Rodrigues
Negros. Enormes tranças em desalinho, escorrendo pelo corpo ou sob toucas de lã colorida. Na mão, provavelmente, um grosso cigarro de marijuana, e no prato, frutas, hortaliças e raízes. Os gestos são vagarosos, o olhar é sereno e o bom humor, uma constante. Cultuam a imagem do ex-imperador etíope Hailé Selassié, “o messias”. Clamam pela volta à África, de onde seus ancestrais foram cruelmente arrancados durante o período escravagista. A Bíblia, leitura diária, ilustra os cânticos ao lado de críticas ao sistema, “a Babilônia”, numa inebriante cadência dos tambores. Embora extremamente avessos a qualquer tipo de opressão e, por vezes, agressivos nessa situação, mantêm-se generosos e receptivos a todos indistintamente. Crêem na vitória do bem sobre o mal e na vida eterna, pregando e praticando a máxima “paz e amor”. Cenário: Jamaica; cores: vermelho, amarelo e verde. São os rastas. (1)
O movimento (2) rastafari surgiu com a coroação de Hailé Selassié, em 1930. Através da música popular jamaicana, o reggae, ganhou notoriedade internacional na década de 70 e arrebanhou seguidores em todo o mundo. Aquilo que outrora era “a vergonha da Jamaica” – indivíduos de “péssima aparência”, hábitos “criminosos” – tornou-se repentinamente um atrativo para visitantes, que fazem do turismo a segunda maior fonte de renda do país. Isso, no entanto, não os poupa dos constantes problemas com a polícia, que os toma por vadios e drogados. O certo é que o rastafari possui elementos de grande interesse. Não obstante o etnocentrismo de alguns observadores, que os tacham de loucos e alienados, os rastas conquistaram uma identidade, dentro e fora da Jamaica. Seus anseios extrapolam a esfera espiritual e ganham, paulatinamente, força social e política.
É corrente a afirmativa de que o sistema escravagista implantado na Jamaica foi um dos mais cruéis em todos os tempos. Os primeiros escravos chegaram à ilha em 1509; eram primordialmente trazidos para o trabalho nas plantações de cana-de-açúcar, que sustentaram a economia européia nos séculos XVII e XVIII. Capturados na costa da Guiné, Congo, Angola e Sudão, pertenciam a grupos tribais importantes, como os coromantees, achantis, mandingas, fantis, dagombas, mamprusis e talenses. Isolados entre si na África, sem intercâmbios, fundiram suas tradições e culturas no Caribe, descobrindo-se como um só povo, partilhando dos mesmos sofrimentos. (3) Os coromantees possuíam tradição guerreira, que os fazia rebeldes e violentos; foram a espinha dorsal dos maroons, escravos fugitivos e de atribuições míticas, que se concentraram no interior da ilha, onde estão até hoje. Arredios, não se misturam à civilização jamaicana. Garantidos por lei, seus territórios preservam as tradições tribais africanas de seus primeiros. É cabível afirmar que os núcleos maroons são uma espécie de quilombos que deram certo. Oliver Cromwell, a serviço da Coroa Britânica, conquistou a ilha em 1655. Suas incursões ao Caribe garantiram à Inglaterra o domínio de importantes colônias até então sob jugo espanhol.
O imperador etíope Hailé Selassié, "Senhor dos senhores, Rei dos reis!
Os homens de coração negro
A Jamaica é um caso singular no que diz respeito à tradição e folclore. Ao contrário de outros sistemas escravagistas, os negros não eram forçados a adotar a cultura européia. Os ingleses possuíam objetivos unicamente mercantilistas, não se importando com qualquer tipo de catequese ou ensinamento. Os escravos, por sua vez, erigiram uma cultura toda própria, fruto da miscigenação tribal a que foram submetidos. Os trabalhos nos campos eram ritmados com canções africanas, do tipo chamada-resposta, que, segundo os ingleses, aumentavam a produtividade.
As primeiras práticas religiosas foram o myalism e o obeah, ambos herança africana, misturando exarcebado culto aos mortos, voduísmo e curandeirismo. Outras expressões foram a kumina e o junkunnu, que vingaram até hoje. A primeira, tida como um dos mais antigos cultos afro-caribenhos, está bastante ligada ao myialism. Suas funções incluem a possessão espiritual, o bater frenético de palmas e o ritmo dos tambores. O junkunnu é a mais tradicional festividade jamaicana, com muita dança, música, teatralização e paródia.
Arraigados em suas tradições e ritmos, os negros jamaicanos atravessaram quase três séculos imunes à cultura e religião brancas. Um lei de 1774, entretanto, levou várias práticas de seu folclore à condição underground. Os patrões conscientizavam-se do perigo em permitir vários escravos unidos, em comunicação constante. Era o fim de um ciclo.
Com o confinamento das práticas religiosas de descendência estritamente africana, criou-se um vazio espiritual na Jamaica. As cerimônias da igreja tradicional eram frias, nada diziam aos escravos. Em 1784, Geoge Liele, afro-americano e ex-escravo, fundou a Igreja Batista na Jamaica. Gradativamente, atraídos pelo discurso acessível dos novos sacerdotes, os negros tomaram contato com a Bíblia. Mais: descobriram diversas similaridades entre a história dos judeus bíblicos e a deles própria; a mesma condição de expatriados, as mesmas desigualdades, a espera do retorno à pátria, um salvador iminente e assim por diante.
Etiópia: a origem da civilização cristã
George Liele já possuía algum conhecimento sobre o etiopianismo, teoria embasada na Bíblia que diz serem a Etiópia e a raça negra a protocélula da civilização cristã. As diversas traduções disponíveis da Bíblia e as muitas interpretações a que se permitem tornam a questão um poço de dúvidas. A cada conquista árabe ou européia na antiga África mudavam-se os nomes dos territórios. Assim, as origens da civilização etíope confundem-se no passado com a de Kush ou Méroe, Núbia e até do Egito. Segundo os gregos, o antigo Egito era habitado pelas mesmas tribos da antiga Etiópia, indivíduos de pele negra e cabelos como lã (4).
A Igreja Batista tornou-se um canal de reclamos para os escravos. Os pastores batistas exortavam os negros à resistência e foram os primeiros a clamar em favor da descolonização e citar a frase, hoje enciclopédica, “África para os africanos”. O sincretismo entre as imagens e valores bíblicos e afro-jamaicanos foi uma conseqüência lógica nesse processo.
Mesmo após a abolição da escravatura, em 1838, a insatisfação na ilha era generalizada. O apego à fé e às lideranças político-religiosas foi responsável por uma série de rebeliões. O sincretismo catalizou-se em 1860 com o revivalismo, quando a religiosidade e o espiritualismo foram levados a extremos, num episódio sem precedentes na história da Jamaica.
No começo deste século, amparados num movimento nacionalista, alguns pregadores lançaram mão de sua influência e retórica para mesclar elementos bíblicos e da teoria etiopanista com reivindicações de cunho social e político. O mais destacado de todos eles era o jovem Marcus Mosiah Garvey. Após liderar movimentos grevistas e revelar um enorme poder de comunicação junto às massas, garvey fundou a UNIA – Universal Negro Improvement Association (Associação Universal para o progresso Negro) – uma das primeiras tentativas de peso realizadas para a garantia dos direitos dos negros no mundo ocidental. Para que se tenha uma idéia, somente entre 1914 (data da sua instauração) e 1920, a UNIA chegou a agregar quase seis milhões de membros, espalhados por todo o mundo.
Ascensão de Selassié
Em 1916, Marcus Garvey viajou para os Estados Unidos com o propósito de apresentar propósitos educacionais para Washington. Terminou instalando-se nesse país e, sempre estimulando o retorno dos negros à África, fundou a Black Star Line (Companhia Estrela Negra) de navegação para garantir o comércio do novo mundo negro e simbolizar a repatriação. Durante os anos 20, ganhou tal eminência junto às comunidades negras dos EUA que o governo daquele país, acuado pelas constantes insinuações do jornal da UNIA, Negro World, expulsou-o em 1928.
“Olhem para a África. Quando um rei negro for coroado, a redenção estará próxima.” A afirmação de Garvey em seu retorno à Jamaica foi tomada como uma profecia. A vinda do messias haveria de pôr fim aos sofrimentos e amarguras daquele povo, crente de ser a extensão (in)fausta dos judeus das escrituras. Em 1930, Ras Tafari Makonnen foi coroado imperador da Etiópia. Adotou o nome de Hailé Selassié I e adicionou os títulos de Rei dos reis, Senhor dos senhores, Leão Conquistador e Tribo de Judá, Eleito de Deus e Luz do Mundo. Seguidores de Garvey acorreram à Bíblia e, entre outras passagens, encontraram em Apocalipse 19, 16: “Sobre o manto e sobre a coxa está escrito seu nome – Rei dos reis, Senhor dos senhores”, e Apocalipse 5,5: “Mas um dos anciãos me disse: Não chore, eis que o Leão da Tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os sete selos”, que descreviam o messias em seu retorno. Para alguns pesquisadores, Selassié era o 225º representante da linha salomônica, advinda da controversa união do rei Salomão com a rainha de Sabá. A analogia, pois, foi rápida e contundente: Hailé Selassié é o messias. Os acontecimentos históricos que se sucederam na Etiópia passaram a ser relacionados com as escrituras, consolidando a suposta divindade do imperador. A invasão do país pelas tropas de Mussolini e a heróica resistência do povo etíope comandado por Selassié, por exemplo, encontram-se registradas em Apocalipse 19, 19: “Vi a besta e os reis da terra com os exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que montava o cavalo e a seu exército”. A trágica epopéia dos negros jamaicanos, os sentimentos nacionalistas, o etiopanismo, o sincretismo afro-bíblico, os clamores pela volta à África ganhavam, enfim, um direcionamento, um objeto de adoração e esperança. O nome batismal do imperador, Ras Tafari, rotulou a fé que lhe era dedicada. O movimento explodiu. Durante uma conturbada visita à Jamaica em 1966, Hailé Selassié negou ser o salvador (Jah, para os rastas), mas não foi ouvido.
O rastafari foi inescrupulosamente manipulado por falsos líderes ao longo dos anos 30, 40 e 50. os projetos econômicos e educacionais instituídos por Marcus Garvey na década de 20 soçobraram juntamente com os navios imprestáveis comprados de armadores brancos a preços de mercado negro (5). O profeta, aliás, morreu miseravelmente em Londres, no ano de 1940. As aziagas situações em que se viram atirados os rastas, a violência insuflada por interesses pessoais de alguns e a inadvertida relação com os rude boys (6) na década de 60, ao contrário do que seria presumível, fortaleceram os ideais legitimamente rastas, outorgando aos seguidores contemporâneos uma doutrina mais realista e urbana, sem abrir mão de seus preceitos dogmáticos.
Os caminhos da redenção
Os rastas somam hoje 10% da população jamaicana, estimada em 2,5 milhões de habitantes. Malgrado a morte de Selassié, em 1975, adoram-no ainda, como um ente de vida perene. Estão espalhados em todo o país, invariavelmente em guetos onde grassam a miséria e práticas de subsistência. Afora algumas facções misantropas, integram-se à sociedade como músicos, soldadores, motoristas, pescadores, artesãos e agricultores. As crianças, com raríssimas exceções, não vão à escola, “centros de lavagem cerebral e maus ensinamentos”. Seja por hábitos, palavras ou aparência, os rastas são facilmente identificáveis.
O rastafari é pró-Cristo e anti-papa. Reconhece a Igreja Católica Romana, mas vê no papa a personificação do Satanás, por liderar aqueles que fazem das verdades da Bíblia recurso de dominação de seus seguidores. O totalitarismo das grandes potências e as muitas formas de exploração do homem são, para os rastas, garantidos pela Igreja e seus falsos pregadores; a destruição disso tudo está próxima, e somente os que seguem os ensinamentos da Bíblia, os justos dos justos, serão poupados. A Bíblia, pois, é companheira inseparável dos rastas. Guiando e iluminando os caminhos que hão de leva-los à redenção.
A linguagem rasta possui particularidades que vão desde a descaracterização do inglês, a língua oficial jamaicana, até o encampamento de termos do amárico etíope e de origem crioula. A sabedoria discursiva resume-se no conceito de word (razão), sound (fala) e power (coração). Aos não iniciados, o patoá é incompreensível. A palavra I (literalmente, “eu”) concentra inúmeros predicados de interação divina e, conseqüentemente, desmedidas utilizações. Tudo que converge no sagrado inicia-se com I. Daí termos Itation para meditation (meditação), Ivine para divine (divino) e assim por diante. Nos lábios dos rastas o inglês transforma-se. Brother, cuja pronúncia aproximada é “broder”, soa “broda”, e até o famigerado “th” de the, thing ou them, de inexorável dificuldade para a pronúncia latina, simplifica-se no som cru e direto do “t” ou “d”, criando “ting” para “thing”, “dem” para “them”, etc.
Os costumes dos rastas
Os hábitos alimentares dos rastas são basicamente vegetarianos. A justificativa, como sempre, é bíblica: “ e a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os seres vivos que rastejam sobre a terra, eu lhes dou os vegetais por alimento” (Gênesis 1, 30).
Abominando, além da carne, alimentos como ovo, queijo, pães, e massas de farinha branca, os rastas mantêm-se com uma variada gama de frutas e hortaliças encontradas na Jamaica. Arroz, feijão, ervilha, mandioca, coco, banana, mamão, abacaxi, laranja, ackee (a fruta típica da ilha), pimenta, batata e uma infinidade de sucos e extratos compõem a mesa do rasta no dia-a-dia. A bebida alcoólica é evitada, bem como os refrigerantes e enlatados de qualquer tipo. Plantar o que come, quando possível, é o ideal.
A alimentação rasta é comumente chamada Ital, termo oriundo de natural e vital. Na urbana Kingston, por exemplo, onde as dificuldades em se encontrar a comida Ital se pronunciam, existem restaurantes especializados em prepará-la, normalmente dirigidos por rastas. Os preços são acessíveis e acabam atraindo todos aqueles que precisam se alimentar bem sem gastar muito.
A Bíblia diz, em Números 6,5: “Enquanto durar o voto de nazireado a navalha não passará sobre a cabeça; estará consagrado enquanto não se completarem os dias que consagrou ao Senhor, e deixará crescer livremente o cabelo”. Por isso, a grande maioria dos rastas jamais corta o cabelo e a barba, que se tornam, ainda, “antenas” de vibrações divinas.
As dreadlocks (literalmente, “tranças horrendas”) surgiram por volta de 1935, inspiradas em fotos de guerreiros massais e somalis da África Oriental. A idéia corrente de que sejam sujas, nunca lavadas, não é verdadeira. Uma espécie de touca de lã, a tam, guarnece a dreadlocks do sol e do vento e é, quase sempre, tecida nas cores etíopes: vermelha, amarela e verde. Se nas ruas de Kingston um rasta for insistentemente fitado por um turista curioso, certamente arrancará de um só golpe a tam, expondo as dreadlocks num ato de afirmação de sua negritude e crença.
Os próprios rastas costumam recitar: “nem todos os rastas usam dreadlocks, nem todos que usam são rastas”. Sem dúvida, a popularização do uso das dreadlocks, na Jamaica e no mundo, deu margem às más interpretações sobre os rastas, num processo errôneo de correlacionamento. Mais importante que as dreadlocks, afirmam, é ser rasta no coração.
De todos os hábitos rastas, o mais problemático, o mais suscetível a implicações sociais e até legais é o consumo da marijuana, conhecida popularmente como ganja (7), a erva sagrada. Fumar ganja é um sacramento, comparável à hóstia ou ao incenso na Igreja cristã. Em Gênesis 1, 29, encontra-se: “Deus disse: Eis que vos dou toda a erva de semente , que existe sobre toda a face da terra, e toda a árvore que produz fruto com semente, para vos servir de alimento.”, o que para eles é a aclamação suprema do ato. Sob o efeito entorpecente da ganja, os rastas dizem manter íntima relação com divindades, unidade com o mundo e raciocínio lógico. É indispensável durante meditações, cânticos e orações. Na forma de chá, é utilizada para relaxar crianças pequenas que choram muito ou se mostram tensas. Inúmeros pratos da cozinhas fazem uso da erva, também usada contra males do corpo, como infecções, febres e dores de cabeça.
Não se sabe quando a marijuana chegou à ilha ou até se já existia antes do descobrimento, mas é certo que ela se encontra na ilegalidade desde 1913. Os problemas com a polícia foram sempre marcantes, mas, atualmente, existe uma relativa conivência para com o porte e consumo em pequenas quantidades. Ainda assim, flagrar um rasta com a erva é sempre um bom motivo para os policiais lhe cobrirem de cusparadas e impropérios (8). O rastafari encontra-se intrinsecamente relacionado com a música. Em Salmos 18, 50 lê-se: “Por isso, Senhor, te darei graças entre as nações, entoando hinos a teu nome”.
Através dos anos e das progressivas evoluções dos ritmos jamaicanos, a mensagem rasta foi cantada na lida diária, nas praias, mas clareiras escondidas das Montanhas Azuis (no interior da ilha), nas favelas e palcos mambembes. A música é hoje o mais importante veículo de pregação rastafari e reivindicações sociais. Basta citar o reggae, mundialmente conhecido, para se ter uma idéia do casamento entre ritmo, melodia e doutrina fomentados pelos rastas. A base de tudo são os tambores burru, tradição rítmica africana difundida nos tempos da escravidão e adotada pelos rastas como nyahbinghi drums.
Os rastas reúnem-se constantemente para cantar, para louvar Jah, com tambores e ganja na mão. O ritual é conhecido como grounation e ilustra todas as datas importantes do calendário rasta. Dificilmente a presença de um estranho é tolerada nessas ocasiões, tal a importância e mística que lhe são atribuídas.
O rastafari conquistou espaços na sociedade jamaicana inimagináveis há alguns anos. Embora muitos recusem-se a votar, nenhuma campanha política prescinde da inclusão de seus problemas, tal é a força do movimento junto à opinião pública do país. Está gravada na história da Jamaica a imagem do primeiro-ministro branco, Edward Seaga, unificando os brados de “Jah, rastafari!”, durante os funerais de Bob Marley, um rasta que levou, através de sua música, a realidade jamaicana às primeiras páginas dos jornais em todo o mundo.
É inegável que algumas aspirações rastas, como a volta à África, constituem hoje apenas simbologia doutrinária. O apartheid na África do Sul, a conturbada situação política no Zimbabwe e a fome na Etiópia são, para eles, exemplos da espoliação exercida no continente pela Babilônia. Além de impraticável, o êxodo seria insensato, crêem.
Aninhados sob o sol enérgico da Jamaica, esperam tranqüilos a chegada do Apocalipse. Têm certeza de que sobreviverão. Seu canto mavioso e as palavras de sabedoria, como na lenda milenar do rouxinol, mantêm vivo o imperador e distantes os fantasmas das más ações que cometeu.
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4 comentários:
Caro Diom,
Devido ao facto de ter o fundo preto, não consigo visualizar alguns posts, talvez porque a letra também tem uma cor escura.
Parabens Pela materia.
Gostei muito !!!!
Alan Bruno.
Muito bom esse post, descobri sem querer o blog. Muito belo resgate de uma matéria bem feita!
to seguindo agora e se quiser me seguir.
ai, muito obrigado mesmo *-* precisava fazer um trabalho de escola sobre rastafaris, e so com esse unico site fiz um unico trabalho*O*
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