quarta-feira, 11 de março de 2009

Memória olfativa

No supermercado, na hora de passar no caixa, a moça comia daquelas pipocas prontas, aquelas pipocas doces, de pacotinho vermelho.
(No supermercado perto de casa a moça sempre come alguma coisa enquanto trabalha. E os funcionários usam as geladeiras dos refrigerantes e cervejas para guardar seus lanches. Às vezes você abre o refrigerador e lá está um pratinho de plástico com um pedaço de bolo, ou um sanduíche mordido.)
Mas nesse dia a moça comia daquelas pipocas, que nunca descobri como são feitas. (Ingredientes: milho canjicado e açúcar) Pipoca mesmo não é. A textura parece de isopor, o gosto é simplesmente doce e o cheiro...
O cheiro me levou subitamente a alguma tarde perdida da década de 80, nuvens escurecendo o céu, tarde molhada, chuva e sala de aula cheia de guarda-chuvas pingando, botas de borracha e recreio com brinquedos sem pátio. E no barzinho da escola sempre tinha aquelas guloseimas, aquelas pipocas falsas que espalhavam seu cheiro doce pela sala.
No dia seguinte comprei por impulso um pacotinho daqueles pra mim. O gosto, a textura e o cheiro são imutáveis. (A Pipoca Beija Flor é lider absoluta de mercado. CROCANTE E DOCINHA, ela é produzida a partir da seleção das melhores matérias primas existentes no Brasil. Não tem gordura, colesterol ou conservantes. Afinal, é produzida especialmente para quem cuida da saúde e do corpo. Tem baixo teor de calorias, sem abrir mão de ser SABOROSA.) A diferença é que agora ela tem seu próprio site.

Um comentário:

pipoquinha disse...

pipoquinha forever s2s2s2s2