quarta-feira, 30 de abril de 2008

Saindo do tempo

Hoje é véspera de Samhain no Hemisfério Sul, o sabbath em que o antigo povo pagão da Europa comemorava o fim do ciclo da Roda do Ano e a morte do Deus Cornífero, que vai renascer em Yule, no solstício de inverno. (É a festa que se popularizou como "Hallowen", comemorada em 31 de outubro no Hemisfério Norte.)
No período entre os dois sabbaths há um período chamado de "tempo fora do tempo". O véu entre os dois mundos rasga-se hoje, e os ancestrais mortos passeiam entre nós, e nós entre eles.
Amanhã celebrarei Samhain no seio da natureza, vendo o sol se pôr, sentindo o frio do inverno que se aproxima e queimando minha lista de desejos para o próximo ciclo. Quem quiser celebrar comigo está convidado... junto física ou espiritualmente...

A indefinível arte de Leonilson

Se você sonha com nuvens, bordado sobre voile, 1991


Uma primeira questão que se impõe a quem analisa a obra de Leonilson é o problema a respeito de sua classificação. Uma vez que ele não apenas trabalhava com vários tipos de materiais e recursos estéticos (desenho, pintura, bordado, escrita, escultura e outros), mas os misturava entre si, torna-se muito difícil catalogá-lo como pertencente a esta ou àquela expressão artística. Além disso, não menos dificultosa revela-se a tarefa de classificar internamente o conjunto da criação de Leonilson reunindo suas obras em subgrupos, visto que a definição de um critério para tanto mostra-se problemática. Se optamos por classificá-las pelo material ou pela técnica empregada, teremos o problema das obras que utilizam diversos tipos de materiais e técnicas. Se escolhemos uma classificação cronológica, surge o problema dos parâmetros a serem seguidos ao definir limites entre supostas “fases” do artista, além do perigo de se confundir as fases de sua vida com as de sua obra. Uma outra possibilidade seria a de tentar estabelecer temáticas recorrentes a partir das quais fosse possível constituir grupos de obras. O estabelecimento de tais temáticas, no entanto, mostra-se sempre subjetivo e intimamente ligado a uma leitura pessoal das obras. Talvez esse seja, justamente, o único caminho para um confronto produtivo com a obra de Leonilson e, quiçá, de todo e qualquer artista: o desvelamento de cada obra mediante a leitura de cada um de seus elementos e a descoberta da linguagem única empregada em cada peça, para, depois, investigar também a maneira como elas dialogam entre si. Em vez de tentar classificar, ordenar, rotular, parece que o melhor a fazer é penetrar passo a passo, obra a obra, no conjunto da obra do artista, para verificar como e em que medida esse fruto de uma experiência pessoal transformada em linguagens comunica-se com as experiências universais.
Coração em chamas (título atribuído), escultura em bronze fundido, sd

Veja mais obras do artista no site do Projeto Leonilson

sábado, 26 de abril de 2008

Um livrinho simpático

Pra quem torce o nariz para os livros de Paulo Coelho, sinto informar que esse texto é sobre um. Aliás, acho uma bobagem esse "torcer o nariz": Paulo Coelho não é um grande romancista, mas há um espaço preenchido por seus livros junto ao público leitor (que nem sempre está atrás de "grandes romancistas"). E o fato de ele ter entrado para a Academia Brasileira de Letras só mostra o quanto essa instituição é incoerente. Mas voltemos ao nosso tema...
"Maktub" é o nome do simpático livrinho (livrinho porque é pequeninho mesmo) que ele lançou em 1994 e que consiste numa coletânea de textos publicados na coluna que ele tinha na Folha de São Paulo. Nesses textos, Coelho apresenta como que parábolas que visam transmitir ensinamentos espirituais. Parábolas que ele coleta nas mais variadas tradições, religiões e filosofias e às quais dá uma roupagem palatável a um público contemporâneo. Assim sendo, o escritor acaba revelando nesse livro seu verdadeiro talento: ele é um compilador, sabe ler e recriar coisas que já foram ditas, que já estão escritas (Maktub: está escrito...).
Quando eu tinha uns 16 anos peguei esse livro na biblioteca de Tapera e gostava de lê-lo e meditar sobre seus textos andando pelos prados abundantes naquela cidade (uma bela cena bucólica!). Semana passada entrei num sebo aqui em Pelotas e havia o livro para vender por 5 reais, então comprei-o. Na primeira página está assinado "Rafael" e datado "19-05-99". Portanto, comprei o livro exatamente 8 anos e 11 meses depois do dia em que seu proprietário anterior assinou-o. Mas, como não sou Paulo Coelho, não sei o que isso significa...

Agora vou abrir o livrinho ao acaso e copiar aqui o texto correspondente à página em que eu abrir:


Uma lenda do deserto conta a história de um homem que ia mudar-se de oásis, e começou a carregar seu camelo. Colocou os tapetes, os utensílios de cozinha, os baús de roupas - e o camelo aguentava tudo.Quando ia saindo lembrou-se de uma linda pena azul que seu pai tinha lhe presenteado. Resolveu pegá-la, e colocou-a em cima do camelo. Neste momento, o animal arriou com o peso, e morreu."Meu camelo não agüentou o peso de uma pena", deve ter pensado o homem. Às vezes pensamos o mesmo do nosso próximo - sem entender que nossa brincadeira pode ter sido a gota que transbordou a taça do sofrimento.

(COELHO, Paulo. Maktub. Rio de Janeiro, Ed. Rocco, 1994, p.178)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ouvindo...Hard Candy


Hard Candy é o nome do novo álbum da Madonna, que nem foi lançado ainda, mas que já está agitando meu aparelho de som há alguns dias, graças à generosidade da internet. Madonna é minha artista pop preferida. Desde quando era criança que gosto dela, e acompanho cada lançamento seu já há vários anos, sempre admirando-me cada vez mais da capacidade de reinvenção de si própria que só Madonna tem. Ao mesmo tempo, cada CD que ela lança vem sempre acompanhado de toda uma proposta estética, que abrange, além da música, uma imagem, um conjunto de questões e de idéias que ela traz à tona por meio da persona que cria para si. Por isso ela é uma artista pop completa, a maior que já existiu.
Confesso que esse álbum, Hard Candy, está longe de entrar para a lista de meus preferidos entre os discos de Madonna. Depois de declarar sua espiritualidade em Ray of light (1998),consagrar o humano digitalizado e perdido em Music (2000), atacar impiedosamente a mentalidade norte-americana em American life (2003) e celebrar os pecados da humanidade na pista de dança em Confessions on a dance floor (2005), sempre com musicalidades que iam na contra-mão do que era moda nas rádios e entre os artistas emergentes, ela agora apresenta canções que tentam unir as tendências dos produtores mais badalados atualmente com influências que ela busca nos anos 80, em que ela despontou para o mundo. O resultado mostra-se um pouco confuso e desagradável para quem, como eu, não é apreciador de um certo tipo de ritmo levado por um certo tipo de batida hip-hop muito em voga atualmente em cantoras como Nelly Furtado e Fergie. Além disso, a proposta conceitual desse álbum parece ser bem mais fraca, ou, pelo menos, mais difusa do que em seus álbuns anteriores. Ainda não consegui responder muito bem às questões: o que Madonna quer dizer com esse álbum? Por que ela resolveu aderir à música da moda? E qual é o debate que ela traz à tona agora?
Talvez a proposta agora seja simplesmente brincar, não levar a sério, entrar na onda e curtir de cabeça leve. Madonna chega aos 50 anos de idade e 25 de carreira e talvez esteja querendo, dessa vez, convidar a todos para festejar com ela, degustando esse disco como um doce (um pouco duro e difícil de digerir, sim), mas nem por isso menos saboroso. Afinal, ela é Madonna mas também tem direito de ser superficial às vezes...

domingo, 20 de abril de 2008

O Namorado


A indecisão diante de caminhos distintos que se pode seguir, mesmo quando se sabe qual seria a escolha mais acertada, faz-se presente aqui. O ser dividido entre o dever moral e o apelo de seus desejos, a razão e os instintos, a obrigação e a mente dispersa e irresponsável.
Pairando acima do indivíduo, o Eu Superior aponta sua flecha para o lado irracional, pronto para dispará-la. Mas ele só fará isso quando o Namorado tomar sua decisão, resolvendo triunfar das ilusões e tentações.
É o momento da ponderação que conduz à decisão correta, ao caminho perfeito e ao abandono do vício.
Na verdade, não há caminho bom ou mau. O que há são modos distintos de existência, cada um deles orientado por uma das dimensões que constituem o ser humano. E cada um deles conduzindo o viajante a um destino completamente diverso do outro.
O viajante tem liberdade de escolha. Pode escolher o caminho do dever racional ou o caminho da entrega aos desejos. Mas deve saber que não pode alcançar o destino de um percorrendo a estrada do outro. A não ser que seja sábio o bastante para construir o caminho do meio.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Lua de outono aprisionada






Porque é outono e às 6 e pouco a Lua Crescente quase Cheia apareceu no céu lilás quando eu ia ali comprar pão. Peguei o celular no bolso e aprisionei a Lua e o Céu de outono e os trouxe para cá. Então esses momentos exatos das 18h04min e das 18h17min e das 18h10min desse dia 18 de abril de 2008 no extremo sul do Brasil poderão ser vistos em qualquer parte desse planeta e em qualquer segundo desse Tempo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Estações

Um hábito que marcou boa parte de minha vida e que tenho retomado ultimamente é o de ouvir rádio. Talvez seja uma herança genética: minha vó sempre estava ouvindo rádio, minha mãe passa as manhãs ouvindo sua AM preferida enquanto se ocupa de seus afazeres, e meu pai acompanha alguns jogos de futebol pelo rádio.
Ganhei meu primeiro rádio com uns 12 anos de idade e desde então passei a fazer das estações de FM da região onde morava (o Alto Jacuí, no norte do Rio Grande do Sul) a trilha sonora das horas que dedicava todos os dias à leitura. O rádio tem seus encantos específicos: a diversidade musical com a qual se pode ter contato através dele, a suave companhia do locutor, as vozes sem rosto que escutamos... É interessante o modo como cada emissora desenvolve uma personalidade, torna-se facilmente reconhecível ao ouvinte habituado a ela.
Na minha adolescência, dos 15 aos 17 anos, a rádio que mais ouvi foi a Studio 2 FM, da minha cidade natal, Tapera. Gostava sobretudo do programa de flasback que havia entre o meio-dia e às 2 da tarde, e da programação noturna, que eu sempre ouvia e por meio da qual conheci muito daquilo que até hoje aprecio em matéria de música. Atualmente, vez ou outra sintonizo essa rádio via internet. A programação está um pouco diferente do que era naquela época, os locutores são outros, mas a personalidade da rádio, em sua essência, continua a mesma.
Quando morei em Porto Alegre (em 2000), eu gostava de ouvir a Continental e a Antena 1, duas rádios de "música de elevador", com boa parte da programação feita de flashbacks e sem locutor ao vivo.
Quando morei em Curitiba (2001 e 2002) conheci a Joven Pan FM, que naquela época tocava muita música eletrônica e pop (foi lá que conheci Kylie Minogue e Britney Spears). Hoje não consigo ouvir essa rádio por muito tempo, pois está dominada pelo hip hop e bandas de rock atuais (e insuportáveis).
Quando vim morar em Pelotas percebi que quase todas as estações FM daqui eram péssimas, mas havia uma que salvava a situação: a Pampa FM, rádio idêntica à Continental que eu ouvia em Porto Alegre. A Pampa tinha um repertório todo seu e uma voz inconfundível que marcava todas as sua vinhetas, dizendo a hora após cada música. Há músicas que só ouvi na Pampa, nunca em outro lugar. Infelizmente, ela não existe mais. Foi vendida e transformada em emissora evangélica pela igreja universal.
Agora descobri a Federal FM, também de Pelotas. Apesar (ou justamente por causa disso?) de ser uma emissora educativa, pertencente à Universidade Federal de Pelotas, tem uma ótima programação, em muitos aspectos semelhante à da Pampa. É a rádio que estou ouvindo agora.
É curioso que a gente chame as emissoras de rádio de "estações", porque pra mim essa palavra faz todo sentido: parece que em cada estação da minha vida eu ouço uma estação de rádio diferente, que acaba dizendo muito sobre meu estilo de vida naquela época...

domingo, 13 de abril de 2008

Piaf - La Môme


Assisti ontem ao filme que, no Brasil, recebeu o título "Piaf - Um hino ao amor", e cujo título original é "La Môme". O filme que conta a vida da cantora francesa Edith Piaf, uma das maiores ídolas daquele país e mundialmente conhecida. Dona de uma voz imponente e autora de interpretações colossais que se tornaram referência para inúmeros cantores, Piaf teve uma vida conturbadíssima, desde sua infância em extrema pobreza até a morte prematura, acelerada em decorrência do consumo de álcool e drogas.
O filme recebeu o Oscar de melhor atriz nesse ano, e não há como não concordar que Marion Cottilard merecia o prêmio. Piaf parece ter encarnado nela: seu rosto transfigura-se, seu corpo todo transmite a vibração e a visceralidade da cantora, seu rosto hipnotiza nas cenas em que Piaf aparece cantando. O filme conquista, sim, mas , na verdade, quem conquista é Edith: seria muito difícil fazer um filme ruim com uma personagem tão boa interpretada por uma atriz excelente. O filme é Edith, Edith é o filme.
E quem é Edith? Edith é "la môme", a criança, a adolescente, aquela que põe toda sua alma, todo seu corpo em tudo o que faz. É aquela que sente no mais profundo de seu espírito o vazio de sentido da vida para depois descobrir a plenitude na entrega total, no amor desmedido, no abandono de si. Um dos momentos mais tocantes do filme é a cena em que ela sai para jantar com o lutador Marcel, por quem ela se apaixona e com quem vive um romance mesmo ele sendo casado. O olhar apaixonado de Edith/Marion, seu encantamento perante o homem amado é tão doce, tão ingênuo e comovente que, por si só, justifica o nome do filme. Já a cena em que ela fica sabendo que seu amado morreu na queda de um avião é de uma carga emocional tamanha que, diante dela, fico sem ter o que dizer.
Li comentários na internet contando que, em vários lugares do Brasil, as exibições do filme nas salas de cinema eram aplaudidas de pé pelas pessoas. Também li relatos de sessões em que, ao término do filme, os espectadores simplesmente permaneciam sentados, mudos, petrificados diante do impacto da cena final e do filme como um todo. Não estamos mais acostumados a contemplar a verdadeira arte, a arte visceral, a entrega completa, a vida transformada em eternidade. Por isso ficamos paralisados quando, de alguma forma, ela se manifesta a nós.

sábado, 12 de abril de 2008

Elogio da marginalidade

Tenho alma marginal. Sempre tive, sempre terei. É dos marginais que gosto, com eles que me identifico. Meus heróis morrem de overdose, AIDS ou suicídio. E vivem como malditos.
Odeio cerimônias de casamento e a hipocrisia dos padrões comportamentais. Feitos um para o outro até que a morte os separe (Graças a Deus, amém.) Abomino os executivos bem-sucedidos, os profissionais-modelo, os que sobem de cargo, os que são eleitos por maioria de votos e os estudantes de direito e administração. Vomito em cima dos mais vendidos, dos mais comprados, dos mais tocados, dos mais visitados, dos mais ricos, dos mais bem-vestidos, dos mais famosos.
Tenho ojeriza da baladinha freqüentada pelas mocinhas arrumadas e cheirosas e pelos caras que querem fodê-las no fim da noite (preferindo que fosse no começo) em cama de motel. Prefiro a rua escura às 4 da manhã e a cerveja no gargalo bebida na sarjeta em frente ao bar 24 horas, perto dos bêbados, dos maconheiros e dos cães.
Minha glória é estar à margem. Meu prazer é desprezá-los e rir de tudo o que eles elegem como bom.

Se uma leve camada de hipocrisia não cobrisse o apodrecido tronco da nossa moderna civilização, que horrendo espectáculo não se depararia à nossa vista! (Paolo Mantegazza)

domingo, 6 de abril de 2008

Sempre o tempo...

Porque, no fim das contas, é sempre a questão do Tempo o que aflige, diria atormenta.
Ele - o Tempo - a corroer a tudo e a todos, desde os prédios da cidade até nossas entranhas. O Tempo que - não sabemos quando - porá fim a nossas existências. O Tempo que cessará para nós mas que continuará sendo - eternamente - eterno. O tempo que virá e o tempo que se foi - o tempo da infância, o tempo da adolescência, o tempo do ano passado e até o tempo de ontem. O tempo transcorrido que tento trazer de volta através de tanta coisa...
O Tempo será Deus, ou apenas seu mais leal serviçal?
Ou será que, na verdade, ele - o Tempo, Deus - nem existe e é só mais uma invenção de nossa mente louca?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dois meses sem nicotina

Ontem, 31 de março, comemorei meu segundo aniversário como ex-fumante.
Este blog foi o primeiro fruto direto do abandono do cigarro. Comecei a escrevê-lo quando parei de fumar e precisava ocupar minhas mãos e minhas idéias com alguma coisa que afastasse meus pensamentos do cigarro. Foi então que surgiu o blog, que virou quase que um outro vício...
Passados esses dois meses, hoje só vejo motivos para comemorar essa decisão: meu organismo como um todo está sensivelmente funcionando melhor, tenho mais disposição para tudo, estou economizando um bom dinheirinho, sem falar do cheiro de cigarro do qual estou livre... Aliás, esse é o aspecto do qual mais me admiro hoje. Não suporto mais o cheiro de cigarro, o simples fato de passar perto de um fumante incomoda-me. Tornei-me hiper-sensível àquele cheiro que antes, certamente, era o meu cheiro.
Às vezes ainda sinto falta da nicotina, que tem lá seus efeitos agradáveis sobre o cérebro e a mente. Mas são efeitos que, definitivamente, não compensam: são caros demais. Pagar com a saúde, o dinheiro e o "cheiro" aqueles minutos de prazer e bem-estar psicológico não é um bom negócio. Melhor suportar a ansiedade que a falta da nicotina traz buscando aliados: apelei para incensos de todos os aromas, balas de todos os sabores, chás calmantes de todas a ervas... e estou vivo.
Não quero me tornar um ex-fumante chato, nem fazer campanha anti-fumo. Parei de fumar, mas defendo o direito que as pessoas têm de fumar onde e quando quiserem. Há hábitos muito mais nocivos do que o tabagismo. Mas hoje sei, por experiência pessoal, que abandonar esse vício é algo positivo quando nasce de uma decisão particular e , por isso, partilho aqui dessa experiência com quem vier a ler. Para mim, a vida está melhor sem fumar. E espero continuar assim, pois faz só dois meses e a briga contra a dependência química não acabou. Aliás, não acabará nunca...