sexta-feira, 19 de junho de 2009

Trem alemão


Veio da Alemanha este trem. Esta é uma ponte mágica, que parece atravessar apenas um monte de pedregulho, mas que na verdade faz a travessia sobre o Atlântico, desde a Europa até aqui.
E assim, soltando fumaça e apitando (apitando em alemão, e não piuí piuí), ele chegou.

Eines von 30 Motiven dem Bildkartenbuch, "Eisenbahnen um die Welt"
Der syrische Tell der legendären Hedschasbahn mit Dampflok 260, die 1918 von der Sächsischen Maschinenfabrik R. Hatmann in Chemnitz gebaut wurde


Nunca andei de trem (a não ser o trem urbano em Porto Alegre, mas esse não conta), mas tenho um certo fascínio por trens. O trem tem algo de místico, de misterioso e de bonito. Mais ou menos perto da minha casa passa o trem de carga que vai de Pelotas a Rio Grande. Quando o ouço apitar, ou quando o vejo passar, é quase como se sentisse um ser vivo emitindo uma saudação. Tem um cão que sempre uiva quando ouve apitar o trem da madrugada. O que pensa o cão sobre os apitos?? Quem será esse ser que passa sempre à mesma hora e apitando??



Trains and winter rains...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ouvindo... "Primavera in anticipo"

É impressionante a competência cada vez maior de Laura Pausini em apresentar álbuns envolventes do início ao fim. Se o nome da cantora italiana ficou ligado a canções um pouco melosas e com uma queda para o brega, como os hits "La Solitudine" e "Strani Amore", do início de sua carreira, engana-se quem pensa que ela é só isso . Laura Pausini cresceu e evoluiu, amadureceu como cantora, disco após disco, em todos os sentidos. Quem mantém preconceitos em relação a ela não sabe o que está perdendo...


"Primavera in anticipo", lançado no final do ano passado, consuma os passos dados por Pausini em seus dois álbuns anteriores - "Io canto" e "Resta in ascolto" - em direção a uma sonoridade cada vez mais "pop-rock", ou seja, feita de arranjos baseados em guitarras e bateria potentes, com um pouco de violão, piano e cordas, e raros sintetizadores. (Bem diferente de seus três primeiros trabalhos!) As melodias de seus últimos álbuns também mostram-se ricas e complexas, destoando da monotonia que reina no pop atual. A voz de Laura, que se aproxima da perfeição como intérprete, e letras cada vez mais elaboradas e poéticas, completam um projeto que só pode ser aplaudido.


No Brasil não temos, atualmente, uma cantora como Laura, assumidamente pop e despretensiosa e, ao mesmo tempo, com um trabalho extremamente cuidado e elaborado. As cantoras daqui tendem ou para o escracho e a pobreza de uma música voltada para a massa das micaretas - como Ivete Sangalo e Claudia Leitte, as queridinhas das gravadoras e da mídia - ou para a chatisse de uma postura que se leva a sério demais (sem que isso signifique, necessariamente, qualidade) - como Ana Carolina e Marisa Monte, as queridinhas da crítica. (Ana Carolina, aliás, talvez seja a artista mais supervalorizada dos últimos tempos: suas músicas são pobres, suas letras são puro clichê e sua interpretação é monocórdica, mas todos falam dela como se fosse uma artista de inquestionável talento...)


Não se trata de valorizar mais o que vem de fora, e sim o que merece ser valorizado. Em matéria de música, tenho preferido a estrangeira e a de épocas passadas. A culpa não é minha se meus ouvidos são exigentes e se recusam a gostar das vozes e melodias pasteurizadas das axezeiras...


No vídeo abaixo, o clipe da formidável canção que dá título ao álbum, com participação de James Blunt.



segunda-feira, 1 de junho de 2009