segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Malditos legustros!

Estou em Tapera, minha cidade Natal.
Eu e meu amigo, que veio passar o Natal aqui, estamos padecendo de uma terrível renite alérgica, por conta dos legustros, árvores que disseminam pólen por toda a cidade. Essas árvores estão espalhadas por toda a cidade. Não sei de quem foi a infeliz idéia de arborizar a cidade com essa espécie.
Aqui, um calor sufocante e sem vento.
Daqui, desejo feliz Natal e bom ano novo.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Circus

Eu sei, eu não devia gostar dela. Eu devia concordar com as pessoas inteligentes e de bom gosto, que sabem que ela não passa de um sub-produto da cultura de massa estadunidense, uma cópia mal feita da Madonna, uma moça sem talento algum, que canta mal e só vive de marketing e escândalos midiáticos.
Mas o que posso fazer, se ela me seduz sempre que a vejo? O que posso dizer, se ela me faz crer que é a mais legítima representante de minha geração e de meu tempo e que depois dela não apareceu mais ninguém de interessante??
Como renunciar ao posto que ocupo na arquibancada de seu anárquico circo já há anos??
E, acima de tudo: renunciar por quê, se esse circo me dá tanto prazer??



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Vontade de Natal

Esse ano, diferentemente do anteriores, em que reneguei tanto quanto pude essa data, vou querer um pouco de Natal. Em doses moderadas, sim, mas quererei, ainda que sem saber bem ao certo as razões. Talvez só porque os novos álbuns de Enya e Loreena tenham canções natalinas, e são tão bonitos...
A coroa do advento - com suas 4 velas, uma para cada uma das 4 semanas que antecedem o Natal - já foi confeccionada. A guirlanda vai amanhã para a porta. E é tudo em termos de decoração. Sem árvore nem luzes, que, como disse, a festividade será apreciada com moderação. Alguns poucos cartões serão enviados, e até já recebi o primeiro. Haverá também uma decoração para o blog, ainda a ser pensada.
Orações, cânticos e meditação serão bem-vindos. A liturgia desse tempo é poética, com as leituras de Isaías e a cor roxa que, no terceiro domingo, cede até seu lugar ao inesperado cor-de-rosa.
Uma prece ao Menino Jesus.
Um cântico aos anjos.
Uma vigília pelo que vem. E que venha algo mais do que Papai Noel.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Quem sabe o que é um deco?

Eu não sabia o que era um até bem pouco atrás, até conhecer uma comunidade orkutiana chamada "Decos & Fbs". Agora já sei o que é um deco, mas é bem difícil explicar. O que é um deco?? Vejamos se consigo definir: é uma criação artística coletiva e também um hobby. Sim, um deco é isso, mas essa definição não diz o que ele é. Materialmente, um deco é um bloquinho de papel confeccionado pela própria pessoa, tendo, geralmente, entre 6 e 10 páginas. Tem tamanhos variáveis, mas, em geral, cabe dentro de um envelope comum, já que é feito para ser enviado pelo correio. Um bloquinho de papel feito para ser decorado coletivamente. Essa é sua função e é daí que vem seu nome: deco, de decorado. A pessoa que o confecciona decora a primeira página (a capa) e o envia a outra pessoa, que decorará a segunda página e o enviará a outra pessoa, e assim por diante. A decoração quase sempre é feita com recortes de revistas, fitas, lantejoulas, retalhos de tecidos. O deco pode ter um tema específico ou ser livre. E geralmente é dedicado a outra pessoa. Assim, quando ele estiver totalmente decorado, o último a decorá-lo o envia a essa pessoa, cujo endereço deve constar na segunda capa. Mas pode também ser "dedicado" à própria pessoa que o criou.
Já recebi alguns decos de cuja decoração participei, e até já criei alguns também. É algo bem divertido e lúdico, quase viciante. Mas que provoca uma verdadeira bagunça na casa, pois é necessário lidar com uma infinidade de papéis, etiquetas, recortes, enfeites... impossível manter a ordem em meio a tanta coisa!
O curioso foi descobrir que, mesmo em tempos de internet, continua vivo um intenso intercâmbio postal entre pessoas dos mais variados lugares, nacional e internacionalmente. Os decos e as trocas de cartões postais, de que já falei anteriormente, são apenas alguns dos inúmeros tipos de trocas existentes. Existem também, por exemplo, os FBs, as bags, os travelling notebooks... (que talvez eu vá explicando posteriormente). O que demonstra que o intercâmbio virtual não satisfaz totalmente a muitas pessoas. A presença material, mesmo que através de uma carta, de um deco, permanece sempre cheia de significado. Assim como o computador não consegue nunca substituir o livro, a internet não chega a substituir a correspondência postal. São coisas complementares, não oponentes.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Tempo de revolução

Encerrou-se o tempo em que o direito de ter uma voz era restrito a pouquíssimas pessoas. O tempo em que meia dúzia de pessoas ditavam suas nobres e inquestionáveis verdades a todas as outras. A revolução trazida pela internet vai muito além dos modismos e dos relacionamentos virtuais via msn e sites de relacionamento. A grande virada provocada pela rede consiste no fato de ter dado voz a milhões de pessoas que antes eram apenas receptoras de opiniões, informações e verdades prontas.
Cria-se uma nova Grande Voz, formada por milhões de vozes, que hoje questiona, contesta, provoca, desafia, fornece informação divergente da oficial. Ao mesmo tempo, a antiga Grande Voz, a da velha imprensa, dos jornais, da televisão, dos jornalistas (sempre defensores dos interesses de elites) vai perdendo a força, tornando-se apenas mais uma no meio das milhões de vozes. O Jornal Nacional já não é mais visto como antigamente. Os jornais das grandes e pequenas cidades também perdem importância e muitos até deixam de existir. A informação agora vem de múltiplas fontes, permeada de múltiplas visões, de múltiplas posturas diante do mundo. Os jornalistas vão se tornando uma classe de antigamente. Não precisamos mais de um grupo de pessoas que nos forneça informação mastigada e acrescida de ideologias. Agora nós mesmos produzimos informação e a colocamos à disposição de quem a queira.
Outro aspecto da atual revolução é criado pelo compartilhamento. Além de informações, passamos a compartilhar de bens culturais através da internet: música, filmes, livros, imagens. Tudo é colocado à disposição gratuitamente. Sem dúvida, a revolução do compartilhamento é grandiosa e vai diretamente contra os princípios do capitalismo. Antes, quem quisesse ouvir um disco tinha que pagar por ele. Hoje é possível obter qualquer música que se queira na rede. Usurpação? Não, compartilhamento. Se a música está na rede, é porque alguém a tinha e quis disponibilizá-la a outros. A velha indústria da cultura, que sempre a manteve restrita a uma pequena fatia da população, esbraveja e tenta criminalizar o compartilhamento em nome dos "direitos autorais", em sua "luta anti-pirataria".
Mas a revolução da informação e do compartilhamento não poderá ser detida. A velha imprensa, a velha indústria cultural e tudo o que elas representam estão com os dias contados.


A propósito
AQUI tem um artigo muito bom sobre as campanhas "anti-pirataria" e o que há por detrás delas.

A distância entre as cidades

Quando eu era [mais] jovem, gostava de chocar as professorinhas do Ensino Médio lá de Tapera(então 2º Grau) com afirmações contundentes e posturas para elas inaceitáveis. Era divertido ver o quanto elas eram presas a noções de "correto", a "comportamentos-padrão" e a uma moral "positiva e religiosa", e o quanto meu tom blasé e de pouco caso para com suas tradições podia deixá-las perplexas.

O tempo passou, morei em outros locais, convivi com outras pessoas, vi todo tipo de coisa, mas esse prazer secreto me acompanhou, quase como um fetiche. É extremamente prazeroso ver indivíduos que se agarram a "tradições" e a "bons costumes" ficando estarrecidos diante de algo que questiona o lugar seguro em que se instalaram. É terrivelmente excitante essa postura corrosiva para com a velha sociedade, que faz alguns se debatarem em um palavreado que serve apenas para mostrar uma vez mais o quanto são grotrescas suas convicções. Esse é um dos motivos que me fazem amar Madonna. Ela também tem esse fetiche, essa postura "fuck you" diante do mundo. Afinal, o que ela está fazendo quando se manda cruscificar em cima do palco ou quando oferece "Like a virgin" a Bento XVI, senão rindo da cara de quem fica chocado com isso?

Essa "rebeldia juvenil" parece-me a única postura aceitável diante de uma estrutura social apodrecida e que está a ponto de ruir. É necessário corroê-la em definitivo, implodi-la, para que desmorone de uma vez e exponha a todos o lamaçal sobre o qual foi construída. Não interessa a intenção que tinham os que a construíram, nem o que vai ser construído depois. Não interessa se um mundo mais perfeito surgirá. Uma coisa é certa: qualquer coisa que venha será melhor do que isso que foi construído até aqui pelas boas intenções de nossos ilustres antepassados, que não possuíam consciência ecológica (pois não lhes interessava), mas a quem não faltava a perspicácia para buscar o lucro fácil e instantâneo (que muito lhes interessava).

Se você sonha com nuvens

as palavras escorrem como líquidos
lubrificando passagens ressentidas
[1]

Os dois versos acima constituem um poema independente publicado no livro Inéditos e dispersos, de Ana Cristina Cesar. Neles, o signo verbal aparece com a capacidade de colocar em movimento, por seu poder de lubrificação, “passagens ressentidas”, expressão de certa ambigüidade: ressentidas significa que essas passagens são marcadas pelo ressentimento ou que elas são sentidas novamente? De qualquer forma, há o reconhecimento de uma certa propriedade pertencente à palavra, a de aliar-se a outros signos adquirindo, assim, novos significados, que é colocada em prática em “Se você sonha com nuvens” (bordado sobre voile, 1991), de Leonilson. Essa mostra-se como uma obra de grande simplicidade, mas dotada de uma profunda significação, graças ao modo como é construída, aliando a linguagem visual à linguagem verbal, o que possibilita a construção de novos significados a partir de signos já existentes.
O primeiro apelo da obra é certamente visual: o que vemos é uma cruz, símbolo universalmente conhecido, ainda que ligado a significações plurais. Essa cruz não é de madeira, nem de metal como estamos habituados a ver. É uma cruz de tecido branco: um pedaço de voile com bainhas forma a parte vertical da cruz, sobre o qual um outro pedaço menor e também com bainhas é costurado, formando a parte horizontal. Sobre o pano, foram bordadas duas frases em preto. Na parte vertical da cruz lemos: “Se você sonha com nuvens” (que corresponde ao título da obra). E na parte horizontal, escrito de baixo para cima: “A distância entre as cidades”. Finalmente, a última coisa a ser vista é a existência de quatro furos nas extremidades superiores da cruz, a permitir que ela seja pendurada numa parede.
A cruz, além de tantas outras significações a ela associadas, é o símbolo mais difundido do cristianismo, sendo sua origem o instrumento de tortura e morte empregado pelos romanos e com o qual Cristo foi morto, segundo os Evangelhos. A cruz simboliza, então, ao mesmo tempo, o sofrimento e a redenção alcançada por meio dele. Embora o signo da cruz remeta imediatamente à religião cristã, ele possui significados bem mais antigos e mais amplos que podem ser evocados para a leitura dessa obra:

O significado arquetipal do símbolo da cruz é sempre o da conjunção dos opostos: o eixo vertical (masculino) com o eixo horizontal (feminino); o homem com a mulher; o superior com o inferior; o tempo com espaço; o ativo com o passivo, o Sol com a Lua, a vida com a morte.[2]

Além disso, o signo da cruz vincula-se modernamente a outros significados, como a morte (devido a seu uso fúnebre) e o socorro médico-hospitalar, além de constituir o símbolo da adição na matemática. Portanto, a apropriarção do signo da cruz carrega a obra de uma gama de possíveis significações. Mas a presença de outros elementos constituintes da obra vai operar também uma ressignificação desse signo.
O fato de essa cruz ser confeccionada com tecido, e um tecido leve e delicado como o voile, dissolve, de certa forma, o caráter religioso da cruz, fazendo-a perder sua imponência e majestade de insígnia cristã, tornando-a frágil e suscetível a ser rasgada e suja. O pano branco que é a matéria-prima dessa cruz pode, também, ressaltar seu aspecto “hospitalar”, tanto por sua alvura quanto por remeter à gaze com que se limpam as feridas e se fazem curativos. Além disso, a sua brancura torna-a como que esvaziada, apagada de sentido e passível de ser preenchida com a escrita, com as idéias e a interpretação de alguém, como o faz o próprio autor ao inserir nela suas frases. Ao fazê-lo, ele aponta não para uma harmonização e integração dos opostos, da qual a cruz seria símbolo, mas justamente para a tensão entre eles.
Assim, as duas frases inseridas na cruz seriam pontos de vista e estados mentais opostos e inconciliáveis. De um lado, o sonho com nuvens, o universo da fantasia, do devaneio, do otimismo onde tudo é possível e não existem barreiras ou privações. Do outro, o mundo concreto e repleto de contradições, feito pelas mãos humanas e representado pela cidades, distanciadas entre si por um espaço que jamais é preenchido. Pode-se até buscar refúgio em um estado de eterno sonho, mas não esperar que do sonho resulte a solução dos conflitos existentes, pois “se você sonha com nuvens”, “a distância entre as cidades” permanece.
Pode-se afirmar, então, que o signo da cruz resta completamente desconstruído: primeiro, perde sua força e seu caráter redentor, depois, mostra-se incapaz de conciliar opostos, restando-lhe apenas utilidade como curativo para feridas advindas, justamente, da não-redenção e da não-conciliação. Ao inserir na cruz apenas duas frases, deixando nela ainda muito espaço em branco, o autor convida que cada um imprima nela sua própria leitura, sua própria ressignificação. Ao utilizar-se do bordado para escrever, atribui sentido ao símbolo não de forma bruta e impositiva, como o fazem os líderes (homens), mas com a delicadeza, silêncio e suavidade das bordadeiras. Finalmente, os furos que tornam a obra apta a ser pendurada na parede permitem que ela seja ali ostentada como os crucifixos de madeira, prata ou ouro que adornam ou templos ou outras repartições, religiosas ou não. Assim, o artista oferece a esses lugares uma cruz despida de alguns de seus traços tradicionais, como a rigidez do material, e revestida de novas significações. Uma cruz leve, “dócil” e maleável, que aceita inclusive ser vista simplesmente como uma... cruz.

[1] CESAR, 1998, p.87
[2] PELLEGRINI, Luís. Cruz: símbolo da união dos opostos. Planeta - Símbolos Esotéricos. São Paulo: Ed. Três. n. 129A. Jun. 1983. p. 10-13

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Uma história de devastação

Ontem andei lendo umas partes do livro Tapera - A caminhada de um povo, organizado e lançado em 1996 pela Secretaria Municipal de Educação de Tapera - RS, minha cidade natal (livro esse que eu já havia lido por inteiro anteriormente.) Algumas partes são extremamente entristecedoras e até revoltantes. Principalmente o que diz respeito à destruição da Floresta de Araucária que cobria a região.

O livro conta que na década de 1930 se instalaram as primeiras madeireiras na região. E em 1950 não havia mais mata para ser derrubada! Uma floresta que era "exuberante" e rica, como o próprio livro diz, e que havia levado séculos e séculos para se formar. E em 20 anos foi arrasada! Não contentes, os exploradores da madeira se transferiram depois para outras regiões, a fim de continuar a extração de madeira. Como verdadeiros sanguessugas... Dá vontade de chorar quando vejo algumas fotos incluídas no livro, que mostram a floresta sendo derrubada e imensas toras de araucária no chão. Que beleza devia ser aquela mata! E nada -nada - nada daquilo sobrou!!!

Na década de 1970, o que ainda havia restado da floresta foi derrubado, com o incentivo do governo militar, agora para disponibilizar mais terras para a monocultura da soja, que acabou com os outros tipos de produção, acabou com os empregos no campo, provocou o êxodo rural, empobreceu o solo, contaminou rios e pessoas com agrotóxicos...

Não há muito de que se orgulhar nessa história de colonização, que merece ser chamada de história de devastação. Nossos antepassados alemães e italianos levaram a cabo uma sucessão de imensos crimes (eu ia usar a palavra "bobagens", mas a palavra é "crimes" mesmo), movidos sempre pela ganância e pelos interesses dos donos do capital. Não era necessário destruir a floresta, embora o livro ingenuamente (ingenuamente?) diga que sim. A produção de subsistência podia ser feita em pequenas áreas, preservando-se grandes partes da mata. A ganância trouxe o desejo de enriquecimento, através da madeira e, depois, das monoculturas. São exatamente esses sanguessugas que hoje dão nomes a ruas, praças, vilas e localidades dentro do município. Mas eles não merecem a glória, não merecem ser chamados de desbravadores, não merecem nada. Foram apenas devastadores. E servem apenas como exemplo do que não deve ser feito... (Sim, são os descendentes desses devastadores que ainda hoje formam a elite pequeno-burguesa da cidade e continuam a devastação...)




E a Amazônia, terá o mesmo destino??... Será sugada até exaurir-se? É triste, mas tudo indica que sim...


A capa do livro, com ilustração de Maria Helena Bervian intitulada Observando a paisagem de Tapera, é perfeita: mostra o vazio quase desértico causado pelas plantações, com as raríssimas árvores que sobraram aqui e ali.

Paradoxos

Agora a devastação no Sul serve para plantar... árvores! É a hora e a vez dos eucaliptos e pínus destinados à indústria moveleira e papeleira(espécies de árvores que, segundo afirmam alguns, deterioram rapidamente o solo, provocando a desertificação)! Paradoxalmente, ESTA NOTÍCIA foi publicada justamente no site de uma associação que promove esse tipo de plantação.

O governo e os empresários locais saúdam a nova frente econômica, como acontece no Rio Grande do Sul, mas os efeitos dos “desertos verdes” de eucaliptos já são sentidos por agricultores na região de Mercedes, no departamento de Durazno.

Será que os atuais sanguessugas de Tapera já descobriram a nova onda?

Madonna e Britney juntas de novo?

Sim, este merece visto:


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Meme - 8 desejos

A Hazel, autora do Blog Casa Claridade, um de meus preferidos na blogosfera, convidou-me a participar de um meme. Para quem não sabe, um "meme" é uma brincadeira (uma proposta de post ou desafio) entre blogs. Esse meme consiste em escrever um post informando 8 coisas que o autor deseja fazer antes de "partir" (o que entendo como eufemismo para "morrer") e depois convidar outros 8 blogs a fazer o mesmo.

Eis as regras de modo mais formal:
►Escrever uma lista de 8 coisas que sonho fazer antes de ir embora daqui;
►Convidar 8 blogs amigos para responder também;
►Comentar no blog de quem nos convidou;
►Informar os convidados que foram "convocados";
►Exibir as regras.


Minha resposta
(sem ordem de preferência):
1. [Conteúdo inapropriado para menores]
2. Fazer uma longa viagem pela Índia.
3. Fazer uma longa viagem pela Europa.
4. [Conteúdo inapropriado para menores]
5. Conhecer Macchu Picchu.
6. Aprender mais umas 5 línguas.
7. Bater um papo com a Madonna.
8. [Conteúdo inapropriado para menores]


Blogs para quem vou repassar o meme:

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Da Finlândia II


26.10.2008 Turku, Finland
Hello Diom!
É meia-noite aqui, mas eu não consigo dormir porque faz a maior tempestade de Outono lá fora. Normalmente, eu iria para algum lugar onde pudesse ver o mar e as ondas, mas agora minha única preocupação é se a minha moto ainda estará de pé quando eu acordar. Em breve, o campeonato de Fórmula 1 será decidido. Você vai assistir? Você acha que Felipe Massa pode vencer? Espero que ele vença.


By Simo (com tradução minha e participação do tradutor automático do google)


Faróis sempre têm algo de místico.
Um farol num lugar lindo como esse, num postal vindo da Finlândia e com um texto que é um recorte autobiográfico então... é um deleite para alguém como eu (e pouco ou nada importa se meu interesse por Formula 1 é nulo...).

terça-feira, 4 de novembro de 2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Memórias pós-tu, mas...

Em 2001 eu tinha 20 anos e achava que já era velho demais. Velho demais pra viver, oportunidades todas desperdiçadas. Eu ouvia Sandy e Junior na minha solidão as nuvens de ilusão derramam tua chuva em mim, te quero sim e olhava pela janela. Eu via os prédios distantes e a neblina eterna de Curitiba e pensava que mundos eu queria adentrar (sem esperança de fazê-lo). No rádio tocava Madonna Music, Dido Thank you, Kylie Can't get you out of my head e essas eram suficientes para dar sentido. Nas ruas eu via montes de fragmentos, um hare krishna parado na esquina, uma igreja esquisita também parada na esquina, um poema do Leminski tatuado na fachada de um prédio, o passeio público com seus macacos e as prostitutas paradas na esquina, os terminais de ônibus se insinuando nas manhãs cinzentas. E de noite eram Jade e Lucas e Léo que brilhavam.

Depois Sandy e Junior gravaram "There will be those times we fight back tears" e as coisas começaram a perder o sentido. Perdi o verde e me perdi.


Quando me perdi foi que me achei.

E hoje tenho 28 e acho que sou novo. Vou colando os recortes, dispondo-os de maneira que me seja agradável, adicionando umas lantejoulas, enviando para alguém que nem sei bem onde se esconde, e as coisas ganham cor. Aquelas músicas não fazem mais sentido, busquei outras mais infantis e a Mara deu conta do recado. Sou muito novo para gostar de Sandy e Junior, que envelheceram cedo demais. Descobri que quem se apega a Madonna jamais envelhece, como ela. (como ela como ela como ela como ela como ela)


Uma aventura entre o sagrado e o profano

Aqui em Pelotas, acontece todos os anos durante o mês de outubro a Romaria de Nossa Senhora de Guadalupe. Um santuário dedicado à santa foi construído no Distrito de Cascata, distante 25 quilômetros da cidade, e para lá se dirigem milhares de romeiros na data da festa. O detalhe é que, entre esses milhares, algumas centenas vão para lá a pé e durante a noite. Na noite anterior à festa, uma grande caravana a pé parte à meia-noite da igreja Santa Teresinha, atravessa os mais de vinte quilômetros de estrada de chão e chega ao santuário ao amanhecer.
Esse ano a romaria aconteceu no fim-de-semana retrasado e, entre as centenas de romeiros pedestres, estávamos eu e um amigo meu. Eu havia lido na internet alguma coisa sobre a tal peregrinação, e o texto dizia que muitos jovens não ligados à igreja também participavam da caminhada, por seu espírito aventureiro. Foi o que nos atraiu e foi exatamente o que constatamos. Grande parte dos participantes praticamente ignorava o caráter religioso da caminhada. Estavam mesmo era participando de uma aventura, uma balada itinerante ou um simples teste aos limites das próprias pernas. E que teste! Quando parecia que já havíamos extrapolado os confins do universo, ainda havia estrada pela frente!


O santuário, que fica em uma grande área verde

Foi uma experiência diferente, mas que não pretendemos repetir, por vários motivos. A exaustão a que se é submetido é o primeiro deles. Exaustão que impede, por exemplo, que se aproveitem as festividades do dia no santuário. Estávamos tão cansados que, pouco depois de chegar ao destino (local lindíssimo, diga-se de passagem), tomamos um ônibus e voltamos para casa. Além disso, por ser durante a noite, não se vê quase nada ao longo do caminho, que atravessa diversas localidades rurais de Pelotas, com suas paisagens certamente encantadoras, mas que permanecem desconhecidas por causa da escuridão. O que vimos no que restava de estrada após o amanhecer nos provou isso: quando a luz surgiu, nos vimos em um lugar belíssimo. Ficamos, então, imaginando que lindos lugares havíamos visitado, literalmente, às cegas...

A paisagem bucólica que se revelou quando amanheceu

Conclusão: para o ano que vem já temos planos, caso estejamos em Pelotas no dia da romaria. Planos que não incluem a jornada a pé! Ou iremos de ônibus na noite anterior e passaremos a noite no santuário (como várias pessoas fizeram, acampando por lá), ou iremos apenas para aproveitar as festividades. De qualquer forma, foi curioso estar durante uma noite em um ambiente no qual conviviam harmonicamente pessoas com uma atitude impregnada de sagrado - com seus cânticos, orações e intenções espirituais - e outras cuja atitude era totalmente profana, o que ficava evidente nas conversas, nas músicas cantadas ao violão e até nas bebidas alcoólicas levadas por alguns... Não presenciei brigas, discussões nem reprimendas por parte de nenhum dos grupos quanto ao comportamento do outro. Todos eram peregrinos - da diversão ou da Virgem de Guadalupe - mas peregrinos.

sábado, 11 de outubro de 2008

Da Finlândia


Veio-me este, que dá assim uma certa vontade de Natal, se é que isso é compreensível. Mas Natal com neve como aqui não há. Natal de longe e dos outros, desse é que dá vontade o cartão. Vontade de uma casinha coberta de neve e perdida no meio do nada, com lareira crepitando e tudo o mais, tudo o que aqui não há.
Tenho recebido muitos, e tantos que até nem deu tempo de falar de todos, nem de botá-los todos na galeria (quem sabe agora, depois de segunda, já sem Ana nem Léo, devidamente encadernados em imaculadas normas ABNT e entregues para a soberana banca, quem sabe então haja tempo, se houver vontade). Tudo cheio de desejo de longe e de saudade do que não vi, como disse aquele que há 12 anos morreu num dia do qual me lembro bem (poderia contá-lo como fiz com 11/09/2001, porém agora [não] quero memórias verdadeiras).

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Festas de outubro


Quando eu estava no "seio do catolicismo", eu gostava de outubro porque esse é um mês cheio de comemorações marcantes na Igreja. Começa com Santa Teresinha, aí vem o Dia dos Santos Anjos da Guarda no dia 2, São Francisco de Assis no dia 4, Nossa Senhora Aparecida no dia 12, Santa Teresa de Ávila no dia 15 e Santa Edwiges no dia 16.

Fora isso, é o mês de meu aniversário, do aniversário de um de meus irmãos e também do aniversário da minha mãe.

Para os pagãos do hemisfério norte, outubro é o último mês do ano, sendo que o "Dia das Bruxas", o Hallowen, tem sua origem justamente aí, no Samhain, a comemoração do novo ano pagão. No sul celebra-se Beltane, a grande festa da fertilidade.

De todas as formas, o mês 10 quer ser especial.



Custei a lembrar do nome do pintor de tantas telas com temática religiosa nas quais os anjos estão sempre presentes. O google ajudou-me: é Fra Angélico. O anjinho aí em cima é dele. (É até doloroso ver a parte em que a tinta saiu e a madeira ficou aparecendo. Parece uma ferida exposta, não?)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

História de uma alma

Hoje, quando acordei, lembrei: 1º de outubro, dia de Santa Teresinha. Nessa data a Igreja celebra a memória de Teresa de Lisieux, essa francesa que viveu no final do século XIX e que se tornou uma santa imensamente popular. Mais que isso: tendo vivido apenas 24 anos e sendo mulher, realizou a façanha de ser proclamada doutora da Igreja, título concedido àqueles considerados como autores de uma doutrina espiritual exemplar. Além dela, apenas duas outras mulheres receberam tal título até hoje: Catarina de Sena e Teresa de Ávila.


"História de uma alma" é o nome que receberam os manuscritos autobiográficos de Teresinha. Sim, ela escreveu uma autobiografia por orientação de suas superioras, no mosteiro carmelita em que passou os últimos anos de sua breve vida. Li o livro pela primeira vez quando tinha 16 anos e, até hoje, lembro dos fortes sentimentos que ele me transmitiu. Teresinha conta detalhadamente sua vida, desde a mais tenra infância, com destaque para a perda da mãe quando tinha apena 4 anos, a relação com o pai e com as irmãs, a viagem a Roma, durante a qual solicitou ao papa que pudesse ingressar na Ordem Carmelita com apenas 15 anos. O livro transborda emoções exacerbadas a cada página, recordações dolorosíssimas, sentimentos elevadíssimos por seus familiares, interpretações sentimentais de cada situação vivida. Só hoje dei-me conta de que Teresinha bem pode ser enquadrada dentro do Romantismo, e é exatamente isso que ela é: uma alma romântica (não por acaso, ela também escrevia poesia...). Será que alguém já escreveu uma tese sobre isso?


A doutrina espiritual de Teresinha chama-se "a pequena via" e, basicamente, consiste em um retorno à simplicidade como meio de ter uma vida espiritual. Ela propõe que a "santidade" seja conquistada através da vida cotidiana, nas atitudes corriqueiras e pequenas, praticadas com amor. O que também não se distancia da visão romântica (e burguesa) da vida.


Hoje Teresinha é pop. Tornou-se a santa das rosas: diz-se que quem faz sua novena sempre recebe, inesperadamente, uma rosa dentro do período de 24 dias em que ela é realizada. A imagem da santa jovem carregando um crucifixo envolto em rosas tem um apelo que atinge desde as crianças até os idosos. Exatamente por isso, vem sendo amplamente utilizada pela Igreja em suas "campanhas publicitárias" desde o início do século XX, tendo sido uma das estrelas do papado João Paulo II, que a proclamou doutora em 1997, quando do 100º aniversário de sua morte. Continuo simpatizando com ela, mas não sei que efeito teria sobre mim uma nova leitura de seus escritos. Talvez eu tenha me tornado demasiado crítico para apreciá-los.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Flores e cartão

O segundo cartão postal veio da Alemanha, da cidade de Schlema (acho), e mostra o que parece ser um castelo (ainda não fui pesquisar pra ver o que é, e o enviante não informou.)




E esta florinha estava ensaiando seu desabrochar há dias. Hoje, após a chuva, ela resolveu, enfim, fazer sua parte para dar vida à primavera. Não lembro o nome dessa flor, se alguém lembra, diga-me, por favor!) E vêm irmãzinhas dela por aí, o pé está carregado de botões...

Ah, um estadunidense colocou o cartão que enviei a ele em seu Flickr.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Enfim, o primeiro...

Veio dos Estados Unidos o primeiro postal que recebi via Postcrossing. Mas quem enviou foi um francês que mora lá e trabalha em uma pousada chamada Carpe Diem. O postal mostra o lugar - Cape Cod, Massachussets - e a pousada (por isso tem até a foto dele no postal).




Tenho enviado tantos postais e tantas cartas que até esqueço de fazer o registro anunciado. Hoje foram cartas para Florianópolis e Goiânia, e postais para a Indonésia, a Espanha e a Finlândia.

E, por falar em assuntos ligados a correios, vou repassar dois "selos" que recebi.

O primeiro veio da Hazel, cujo blog CASA CLARIDADE recomendo como leitura agradabilíssima e estimulante.






E o segundo veio do blog compilador Peguei na rede, da Sil, que alguns dias atrás deu-me a honra de republicar um texto meu publicado aqui (com os devidos créditos).






Ofereço ambos os selos aos blogs:



Humano, por enquanto

Talma simplesmente

Livros & Literatura

LivroErrante

Caminho do meio e avessos

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ostara

O Inverno, teimoso, sentindo já o perfume de sua rival que se aproximava, resolveu desabar em lágrimas de chuva e gelar a todos uma última vez. Pobrezinho! Não sabe que o amamos apesar de seu temperamentalismo e de sua personalidade às vezes difícil de aturar. Agora que ele vai embora, nos deixará com saudades dos momentos bons que vivemos no conforto do lar durante esses meses em que ele reinou. Apesar de mal-humorado, ele tem lá o seu charme...
Ah, mas queremos tanto revê-la, a Primavera, com suas cores e seus aromas e sua luminosidade e suas promessas de vida nova a cada botão que desabrocha! Despede-te, pois, Inverno, e volta somente quando for a hora! E deixa que agora ela assuma o reinado.





Salve, Ostara!

Meus pés tocarão hoje a terra, colherei as flores que já desabrocharam, abraçarei as árvores e oferecerei farta refeição a ti! Abençoados sejamos!

sábado, 20 de setembro de 2008

Mediocridade tradicional

Quando vejo esses caras vestidos de gaúchos, com bombacha, lenço amarrado no pescoço e calçando botas, sempre os associo à imagem do palhaço. Ora, são ambas figuras exóticas clamando por atenção... No caso dos "tradicionalistas" gaúchos, no entanto, há uma diferença: eles se levam a sério e acham que prestam um serviço à coletividade por preservarem as "tradições". Tradições que nunca existiram, inventadas, forjadas a fim de criar uma identidade regional com a qual, no fim das contas, quase ninguém se identifica. Absurdo ainda maior é ver as mulheres com aqueles vestidões de "prendas", submetendo-se a uma visão de mundo absolutamente machista e autoritária: enquanto o macho monta seu cavalo e lida com o gado, a fêmea veste seu vestidão e ocupa-se das tarefas domésticas ou recita poemas cafonas.
Hoje é feriado no Rio Grande do Sul, dia em que os gaúchos comemoram a infame Revolução Farroupilha, verdadeira carnificina movida por interesses das elites econômicas da época. Como se essa revolução fosse motivo de orgulho e não de vergonha para nós.
Precisamos de mais palhaços e de menos tradicionalistas. Os palhaços, sim, prestam valioso serviço à coletividade!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

In: Pressão

Às vezes tenho a impressão de que o tempo regulamentar já se esgotou e de que agora são só os restos, o que vem é lucro. Como no futebol, em que, depois dos 90 minutos, sempre há mais alguns de acréscimo concedidos pelo juiz.
Humanidade no limite, fim da História. 2012? - Cacos - (Ruínas, diria o Léo)
E quem diria que o futebol pudesse render uma alegoria escatológica? (Logo eu, que detesto futebol, se bem que.)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Política de privacidade


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Sem palavras

http://www.4shared.com/file/63542542/25900854/08_-_Ending_.html
by Gustavo Santaolalla








In memorian

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cartões que vão

Amanhã vai um da Catedral de Pelotas para a Holanda; e outro do Museu da Baronesa para os USA.

Hoje o postcrossing avisou-me que um que enviei para a Holanda e outro que enviei para os USA chegaram. Não vejo a hora de receber meus dois primeiros cartões-postais!

P.S. Aproveitando o embalo, acabei mandando mais um, com foto do Mercado Público de Pelotas, para a Finlândia, pois a outra finlandesa já recebeu meu cartão. (Não entendeu nada? Talvez este post ajude...)

sábado, 13 de setembro de 2008

Qualquer um

Há algumas profissões que, embora caracterizadas por  consideráveis status e remuneração, têm como requisitos, para quem quer exercê-las, a superficialidade e a ausência de princípios éticos e teóricos. Tais profissões são reveladoras das bases da própria sociedade em que vivemos. Vejamos quais são elas:
Advocacia: profissão que consiste em burlar as leis, manipulando-as a favor do cliente com maior poder econômico. Para tanto, basta um tanto de perspicácia, a chamada "lábia", e de hipocrisia, a chamada "cara-de-pau". Por burocracia, exige-se o curso de Direito. Na prática, qualquer um pode ser advogado.
Jornalismo: profissão que consiste em reproduzir notícias veiculadas por grandes agências, submetendo-as aos interesses e à ideologia do órgão de imprensa no qual se trabalha e manipulando a informação que chega à classe média-burra. Para tanto, basta seguir as ordens que vêm de cima e mostrar uma aparência de confiabilidade e de dono da razão. Por burocracia, exige-se (mas nem sempre) o curso de Jornalismo. Na prática, qualquer um pode ser jornalista.
Publicidade: profissão que consiste em tornar desejável qualquer coisa que alguém queira vender, convencendo a classe média-burra de que tal coisa é maravilhosa e necessária e à sua sobrevivência. Para tanto, basta criar campanhas idiotizantes e repletas de mensagens subliminares, já que a classe média-burra adora comerciais de cerveja cheios de machismo, ou de automóveis cheios de auto-afirmação. Por burocracia, exige-se (mas nem sempre) o curso de Publicidade. Na prática, qualquer um pode ser publicitário.
Política: Por burocracia, exige-se (mas nem sempre) que o candidato seja alfabetizado. Na prática,  qualquer um pode ser político.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Um e Outro

O beijo vindo do Outro foi inesperado e causou situação de impasse. Embora tanto Um quanto Outro soubessem da existência do Desejo, este era uma coisa da qual não se falava e não se falaria jamais. Como se houvesse um acordo implícito, mantenedor do equilíbrio e da segurança.
Acordo agora quebrado pelo beijo-deslize do Outro. Fugindo do olhar dele, foi cair em armadilha ainda pior: o short azul-claro, as pernas de pêlos, as meias brancas. Agravamento da tensão. O toque na coxa do Outro, enfim, foi o signo da entrega e a declaração da vitória do Desejo. (Da tensão tire-se o n e haja Luz!) Desfaçam-se os acordos implícitos que nunca assinamos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pretérito Imperfeito

Eu estava em Curitiba. Era mais uma manhã em alguma aula um pouco entediante, lá no Instituto Vicentino de Filosofia. Das 8 ao meio-dia. Acho que fazia um dia bonito (por incrível que pareça, em se tratando daquela cidade metida a Londres). E quando fazia meu percurso entre o Instituto e meu ponto de ônibus (trajeto longo mas sempre tão interessante!), havia aglomerações de pessoas diante de lojas de eletrodomésticos que tinham TVs ligadas. Mas nada que me chamasse muito a atenção ou despertasse minha curiosidade. Naquela hora do dia, entre as Mercês e a praça cujo nome não recordo, cruzando a Rua das Flores, meu pensamento sempre era atraído por tanta coisa, e minhas pernas, impulsionadas pelo estômago que pensava em uma só coisa - o almoço.
Durante o almoço, todos comentavam um "ataque terrorista" (eu até então nem sabia direito o que era um ataque terrorista) sofrido pelo Estados Unidos, mas nem aí meu interesse despertou por inteiro. Foi só ao ver a imagem. Sim, foi a imagem que se gravou na memória e tornou inesquecível aquele dia. A imagem exibida milhares de vezes naquele dia, a ponto de impregnar-se em nosso inconsciente. Diante daquela imagem tudo mudou e fiquei meio aéreo pelo resto do dia, anestesiado pelo espetáculo jornalístico.
De certa forma, começaram uns dias bem estranhos. Uma certa incerteza (ou uma incerta certeza?) se apoderou de tudo. Um clima de fim, e de loucura, em meio à guerra propagandística estadunidense e à comoção generalizada. Depois daquele dia tudo ficou meio cinzento para nossa geração, que nasceu no final do século passado e ainda não acreditava no Fim dos Tempos.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Indo...

Carta enviada para "Eve de Maupassant" de Pindamonhangaba.

Cartões-postais do Mercado Público de Pelotas para Meike, da Alemanha, e para Elena, da Ucrânia.

domingo, 7 de setembro de 2008

Postcrossing


Essa semana descobri um site que possibilita a troca de cartões-postais com pessoas do mundo todo. Após entrar no site e fazer o cadastro, que é mais ou menos como um perfil de sites de relacionamentos como o orkut, com suas características e preferências pessoais, pode-se passar a receber cartões-postais de outros usuários de inúmeros países.
Mas, para que a troca seja eficaz, só recebe cartão quem já enviou. Ou seja, após fazer o cadastro, você deve começar a enviar cartões, se quiser receber também. E isso se faz solicitando endereços para o envio. Ao clicar em "send a postcard", o site fornece o endereço de um usuário, mostrando o perfil dele, e um código de identificação para o cartão que você enviará. Esse código deve ser anotado atrás do cartão, pois, assim, quando o cartão chegar ao destinatário, a pessoa entra no site e avisa que o recebeu. E aí, automaticamente, seu endereço será fornecido para a próxima pessoa que solicitar um endereço. (Os endereços não ficam visíveis, só são fornecidos a usuários que os solicitam. E pode-se solicitar até 5 endereços de cada vez. Depois, à medida que os destinatários forem acusando o recebimento, você poderá solicitar novos endereços).
Já enviei 3 cartões, um para a Finlândia, um para a Holanda e outro para os Estados Unidos. Ontem pedi mais dois endereços, e me deram um da Ucrânia e um da Alemanha. Não se pode escolher os países aos quais enviará nem os de que receberá cartões. Só se pode escolher se quer ou não receber cartões de seu próprio país também.
Para quem gosta de intercâmbio cultural, esse site é um excelente meio de contatar pessoas de diversas culturas, línguas e idades, pois um cartão-postal sempre carrega em si inúmeras informações tanto da localidade de onde ele veio quanto da pessoa que o enviou.

Em tempo: o site é inglês e costuma-se preencher o perfil nessa língua também, mas não é nada de muito dificil e que não se resolva com o tradutor do google.
Eis o link do site:
http://www.postcrossing.com
E o link do meu perfil: http://www.postcrossing.com/user/Diom

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tudo que ofereço

Ouvindo ininterruptamente Amor Meu Grande Amor com a Angela Ro Ro. Baixando Africa do Toto e depois Voyage Voyage do Desireless.Vontade de gravar CDs com minhas músicas preferidas e enviar para as pessoas. Para o menino da Argentina, o rapaz de Togo, a moça da Bélgica. Que tudo que ofereço é meu calor, meu endereço. O Caio manda a gente ouvir essa enquanto se lê um conto dele, um dos que mais gosto. Só dure o tempo que mereça. Que loucura descobrir assim, do nada, que ele e a Ana eram correspondentes e amigos meio íntimos. Esses meus fantasmas sempre tão vivos! Mais que eu!O que a belga acharia da voz da Ro Ro? Talvez ela pensasse que Não faz mal, da Mara, fosse um clássico da MPB (pra mim é). Será muito caro enviar CDs para outros países? Por hora contento-me com os postais, fotos do Mercado Público de Pelotas, no postal, muito bonito, ao vivo, meio deprimente. Amanhã, um para os States, um para a Holanda, outro para a Finlândia. Depois conto.

Niilista

Chego a conclusões extremas.
Não há como saber o que acontece de verdade no mundo.
Melhor desistir. Forjar realidade particular.
Nem como escolher melhor caminho.
Nem como sair dos círculos viciosos.
Não sei se são definitivas, mas são por agora as únicas.
Votarei nulo.
E quando a gente escreve "niilista" à mão, fica parecendo que a gente escreveu "nulista".

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Hedonista

Uma vez li um comentário - no orkut, acho - de uma pessoa que comparava o pop de Madonna ao de Kylie Minogue. Segundo essa pessoa, a grande diferença entre as duas está no fato de que Madonna faz um pop visceral, enquanto Kylie Minogue faz um pop frio. Achei uma boa avaliação. Gosto das duas e concordo com o comentário, que guardei na memória.
De acordo com esse critério de classificação, as coisas que escrevo estão muito mais alinhadas com a Kylie do que com a Maddy. Meus textos, e, por conseguinte, meu blog, são frios, e não viscerais. Não escrevo para expressar nada - sentimentos, emoções, sensações. Não escrevo por necessidade. Necessidade lembra obrigação, e o que é obrigatório torna-se chato, monótono. Na última vez em que lecionei Língua Portuguesa, notei que as meninas estavam sempre escrevendo bilhetinhos e recadinhos na agenda das outras, e os meninos estavam sempre escrevendo piadinhas e letras de rap. Mas quando o ato de escrever tornava-se obrigação, era sempre visto como algo enfadonho.
Escrevo, como meus ex-alunos da 6ª série, por prazer. Só. Sobretudo, escrevo textos cuja leitura me seja prazerosa. Textos que eu gostaria de ler. Faço o blog da maneira que ele me seja mais agradável, textual e visualmente. Depois de postar, fico contemplando-o, relendo. Às vezes mudo alguma coisa. Não para me expressar melhor. Mas para sentir mais prazer. (Ia escrever "para gozar melhor", mas achei muito despudorado para a persona com a qual escrevo hoje.)


"Literatura não é documento, foi Ana mesmo quem disse"
(Ítalo Moriconi, IN: "Ana Cristina César - o sangue de uma poeta")


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Cartas indo... e flores desabrochando! (Porque é setembro)

Hoje vai uma carta para a Raquel, de Juazeiro do Norte. É a segunda pra ela.
Também vai uma para o Lucas, da Argentina. É a primeira para ele.
E uma outra cujo destinatário não posso contar, porque é surpresa!


É, agora vou usar o blog também para registrar minha correspondência, a recebida e a enviada. Assim fica bem registradinho e organizadinho. Que se dane se não interessa a ninguém! O blog é meu e escrevo o que quiser!

E se eu quiser eu boto minhas flores também:


Esta é de uma cor laranja impressionante, mas por algum motivo ficou amarela na foto. Acho que o laranja era tão lindo que a câmera foi incapaz de reproduzir! (Não lembro o nome da flor, acho que um tipo de Dália. Faz tempo que plantei e ela espalhou-se na frente de casa com a juda de minha querida mãe!)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Tudo mentira!

Tanto tempo gasto e tanta energia empregada e é tudo mentira! Sim, é mentira o que escrevo e que lês com ou sem prazer. Tudo falso! Mas não sou o único a mentir. A página que abriste antes da minha era igualmente mentirosa. Todos, o tempo todo, mentindo. Mas pera lá, a mentira não é má, não! Engana-se quem assim pensa. Ela é nossa salvação. [
A Ana e o Léo, o Caio, o Pessoa (esse sabia tão bem disso!), a BelaFlor... mentiras e mais mentiras! Perfeitas, mas mentiras. E digo mais: o Renato, o Agenor e até a Madge, sim, a Madge é a rainha das mentirosas!
Personas, carapuças, personas, personagens, encenação, faz-de-conta, arte cênica. O fazer de todos nós. Inventando espaços que nos vistam de nobreza. Inaugurando modos de disfarçar nosso prosaísmo. Forjando uma aura que nos dê aparência superior, casta, ideal, em oposição à meia suja na máquina de lavar à qual se adiciona o Omo Dupla Ação, e ao desodorante roll-on que mancha a camiseta, e à escova que perde as cerdas, e à sujeira que vai-se impregnando ao teclado do computador, e a tudo o mais que aqui serviria de exemplo de coisa que não aparece nos textos sublimes que publicamos, pois vão contra a razão de ser dos mesmos textos. ]
Mas pera lá, a mentira não é má, não! Engana-se quem assim pensa. Ela é nossa salvação. Mas para que melhor ela nos possa salvar, forçoso é que jamais admitamos que mentimos. Necessário é que acreditem em nossos sentimentos, em nossos ideais e em nossa busca sincera de exprimir o que nos vai no âmago da alma, ocupados que estamos das mais altas filosofias e das mais profundas maneiras de experienciar o mundo, diferentes que somos dos outros vis mortais que não.
Que não conhecem ainda as vantagens de ocultar a própria vileza por detrás das belas letras.
(Quanto a mim, minto mal, pois deixo que facilmente percebam minhas mentiras e o quanto a elas me apego, e o quanto espero delas: cada texto, uma cor.)

Museu desafia papa e mantém escultura de sapo crucificado

Madge também já foi crucificada

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Força


O número 11, que corresponde à Força, é formado por dois números 1. Dois algarismos iguais postos lado a lado.

Como ser humano, tens duas naturezas também postas lado a lado, ou, antes, fundidas numa só. Natureza humana como fusão de uma natureza espiritual ou racional e outra animal. És corpo, matéria. Por menos que gostes de reconhecer, és animal e possuis instintos, tal como as feras dos campos. Mas ao mesmo tempo és racional e dotado de características espirituais.

Podes desenvolver mais um lado do que outro. Podes ser dominado por teus instintos e viver na Terra jogado de um lado para outro por teus desejos. Podes também mergulhar inteiramente em tua espiritualidade e viver na Terra como se corpo não tivesses.

Mas a situação que deverias buscar como perfeita é o completo equilíbrio entre as duas tendências de tua natureza. Que teus instintos sejam direcionados e corrigidos por tua Razão. E que tua Razão encontre na satisfação dos instintos o lícito prazer ao qual és destinado.


Doma, pois, este animal que há dentro de ti, mas não o mata, posto que é ele metade de ti. Alimenta-o e cuida bem dele, mostrando-lhe sempre qual é o lugar dele em teu Lar, assim como fazes (ou como deverias fazer) com teus gatos ou cães de estimação.



Are you walking the dog, 'cause that dog isn't new ?
Are you out of control, is that dog walking you ?
Haven't you had enough, now your time is up
Baby show me your hell
(Madonna - Voices)



terça-feira, 26 de agosto de 2008

Échanges

Envio uma carta ao Togo (quantos de vós sabeis da existência da República Togolesa?)
Recebo uma do Piauí.
Envio uma a Goiânia, outra a Juazeiro do Norte.
Recebo uma de Floripa e outra... de Goiânia!
Hoje uma lettre partiu rumo à Bélgica, como disco-voador tripulado por estranha criatura.
Espalhando papéis e personas pelo mundo.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Novíssimas orientações ao peregrino

Perceberás que a noite custa a passar. Tua noção de tempo já não vale aqui. Cedo notarás, enfim, que noção alguma vale aqui. Sentirás o frio e o vento, e a fadiga tomará conta de ti. Quando ouvires o som remoto do trem que avança, sonharás com outros ares, em que se pudesse sentir o aroma das frutas tropicais e o calor do abraço amigo. Saberás, porém, que o destino desse trem é incerto, e que te é ilícito nele embarcar. Segue teu caminho e deixa que o trem se vá. Teu destino é mais distante do que ele pode te levar.


domingo, 17 de agosto de 2008

Divulgando

Acabo de assinar uma petição orientada aos deputados brasileiros, referente a um projeto de Lei que pretende reger o uso da internet no Brasil, mas que contém propostas absurdas. Se for aprovada, tal Lei vai instaurar o cerceamento da expressão via internet, bem como do compartilhamento de informação. Em resumo: é censura disfarçada de proteção a direitos autorais.
Eu creio na internet como um instrumento revolucionário, ao democratizar o acesso à cultura e à informação e ao permitir que todos se tornem irradiadores, e não meros receptores de idéias. É a revolução do compartilhamento. Não podemos tolerar que aqueles que sempre restrigiram o acesso da população aos bens culturais imponham novamente seus interesses mesquinhos sobre os interesses da grande maioria.
Façam como eu: assinem a petição on line através desse link: http://www.petitiononline.com/veto2008/petition.html
Aproveitem para o ler o texto de fundamentação da petição, que é muito interessante. E depois divulguem como puderem.

Dia desses, na casa lotérica...

Ao pagar uma conta, puxei uns papéis do bolso da calça. Por descuido, a nota de 50 reais que lá estava com os papéis foi ao chão, sem que eu me apercebesse do fato.
A senhora que estava atrás de mim na fila viu. Abaixou-se, pegou a nota e alcançou-ma.
Não sei se tal acontecimento tem algum significado para a maioria das pessoas.
Mas achei que a atitude daquela honesta senhora, cujo nome jamais saberei, merecia, ao menos, ser narrada nesse humilde blog.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

16 de agosto: Dia de Santa Madonna

(Ler ao som de Love Profusion

)


Ela é incontornável e incomparável. A Deusa de mil faces faz hoje 50 anos, mas na verdade ela nasceu 10 mil atrás.

Quem é Madonna? Há que se inventar uma teologia que tente dar conta desse Mito. Teologia que há de ser mais complexa do que a que trata da Santíssima Trindade. O mistério de um só Deus em três pessoas? Coisa do passado! Muito mais profundo e imponderável é o mistério de todas as mulheres numa só Deusa. Santíssima Infinitude.

Não sei dizer de qual Madonna gosto mais. A material girl me alegra, a queima-cruzes me provoca, a puta me excita, a mística me põe em êxtase, a democrata me empolga, a confessional me faz querer ser ela. Uma vez conquistado por ela, depois de ter contemplado seus olhos de medusa, impossível renegá-la.

Se tivesse de defini-la em uma palavra: ANÁRQUICA. Madonna triunfa do sistema, que põe de joelhos diante de si própria. Em seguida, ela quebra sua imagem de barro e escandaliza seus adoradores, para, então, oferecer a eles cópia ainda melhor de si. E o ciclo se cumpre. e o ciclo recomeça.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

6 meses de blog: estatísticas

Hoje este blog completa 6 meses de vida. Tem sido um bom hobby, ao qual me dedico com mais intensidade em algumas épocas do que em outras. Por meio dele travei contato com várias pessoas de diversas localidades e tenho tido boas surpresas.
Segundo o Google Analytics, até hoje o blog recebeu 3065 visitas, vindas de 46 países. E eis o top 10 dos países em números de visitas:

1. Brasil

2. Portugal

3. Estados Unidos

4. Espanha

5. França

6. México

7. Chile

8. Malásia

9. Canadá

10. Reino Unido
Todos os países que já visitaram o blog:




As cidades brasileiras com maior número de visitas:

1. São Paulo

2. Rio de Janeiro

3. Belo Horizonte

4. Porto Alegre

5. Salvador

6. Recife

7. Brasília

8. Osasco

9. Pelotas

10. Curitiba

Muitas visitas chegam através de buscas no google. As palavras-chave que mais trouxeram visitas foram:

1. o sagrado e o profano

2. sagrado e profano

3. profano

4. o sagrado

5. guerreiro leão conquistador da tribo de judah

6. sagrado e o profano

7. baby consuelo

8. revista planeta

9. conceito de sagrado e profano

10. influencias da lua


Algumas palavras-chave bem inusitadas que chegaram ao blog:

"voile nao presta"

"as 20 mais tocadas da radio jacui fm"

"arroz com ervilha da jamaica"

"bonjour, quemfoi?"

"comportamento reprodutivo dos vagalumes"

"conhecer moças no yorkut"

"doenças comuns em alface crespo"

"fotos de minha deusa briteney"

"touca arabe para soldador"

Mas a campeã é essa imensa palavra-chave:

"gostaria de calendário que me mostrar a data da última lua cheia,a data do proximo quarto minguante,data da proxima lua nova,data do proximo quarto crescente, data da proxima lua cheia, e quantos dias se passam entre duas luas cheias"


Nem o Google consegue...

sábado, 2 de agosto de 2008

Leitura diária

Entre os sites indicados pela revista Planeta de agosto em sua seção destinada a esse fim apareceu um que muito me agradou. Chama-se "Leitura diária". O site consiste, basicamente, em um acervo de livros digitalizados. O diferencial é que, nele, pode-se assinar os livros, como quem assina um jornal ou revista. Explico: você escolhe o livro que deseja ler e passa a recebê-lo em partes, com a periodicidade escolhida por você, em seu e-mail. Você pode escolher os dias da semana em que receberá os trechos e o tempo que pretende levar para ler cada trecho. De acordo com o tempo designado por você, o trecho será maior ou menor.
Dessa vez vou ver se leio, com a ajuda do site, um livro que por diversas comecei a ler, mas cuja leitura nunca concluí: "O Ateneu", de Raul Pompéia. História de um menino que vai para um colégio interno e conhece aí a corrupção do mundo e do homem. Escolhi ler 10 minutos diariamente e já recebi - e li - a primeira parte, de um total de 72.


O endereço do site: http://www.leituradiaria.com/


O Ateneu, logo no segundo parágrafo, deu-me uma bofetada:


Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo — a paisagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Começa a-gosto

Com um dia exato para Imbolc. Sol com nuvens. Ares de primavera insinuando-se entre o frio do inverno. É a festa das luzes para que lembremos de que o inverno não será eterno. Haverá - e logo - uma primavera. Desde já é preciso preparar as sementes e o solo que as receberá então. E preparar os olhos para a luz mais potente que chegará.
Daqui a pouco vou lidar no pequeno jardim da frente da casa. Arrancar o mato que cresceu enquanto eu hibernava e dar espaço para as flores que nem o inverno matou.
À noite acenderei muitas velas ungidas com óleo de mirra - amarelas, brancas, cor de laranja - e brindarei com leite e com cerveja.
Até a
Planeta de agosto já chegou, com uma capa de fundo branco com a foto de um bebê mechendo no teclado de um computador. O deus-criança?


Origem da imagem

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Resultado do teste de personalidade



Trastorno de personalidad esquizoide
Las personas con trastorno de personalidad esquizoide son introvertidas, ausentes y solitarias. Parecen frías y distantes. Con frecuencia están absortas en sus propios pensamientos y sentimientos y temen la aproximación y la intimidad con otras personas. Poco habladoras, sueñan despiertas y prefieren la especulación teórica a la acción. La fantasía es un modo frecuente de enfrentarse a la realidad.
Trastorno de personalidad evitadora

La gente con una personalidad evitadora es muy sensible al rechazo y teme comenzar relaciones o alguna cosa nueva por la posibilidad de rechazo o de decepción. Estas personas tienen un fuerte deseo de recibir afecto y de ser aceptadas. Sufren mucho por su aislamiento y su falta de habilidad para relacionarse cómodamente con los demas. Al contrario de aquellas con una personalidad límite, las personas con un trastorno de personalidad evitadora no responden con cólera al rechazo; en lugar de eso, se presentan tímidas y retraídas. El trastorno de personalidad evitadora se parece mucho a la fobia social.

Marcas de ayer

Tem noites em que os fantasmas emergem das profundas cavernas nas quais tento aprisioná-los e assombram-me, assombram-me, assombram-me. São tantos fantasmas - tantas lembranças, numerosíssimas, poderosíssimas e incontroláveis! Como arquivos intermináveis que reviso, repasso e desempoeiro. Haverá espaço em meu disco rígido para esses tantos arquivos que ainda hão de ser gravados sobre ele? Pergunto-me em que triste situação encontrarei-me daqui a dez anos, sobrecarregado com mais uma década de memórias. Passarei todo o tempo a revolvê-las, e as noites serão insuficientes para tamanha tarefa.
Segunda-feira, 6h 04min

sábado, 26 de julho de 2008

Amigos por correspondência

Guardo ainda hoje algumas cartas que recebi há mais de dez anos, escritas por pessoas que só conheci assim, através de correspondência. Na época pré-internet era assim que muita gente se conhecia. Conta a lenda que meu pai e minha mãe se encontraram assim: ele colocou um anúncio em uma revista querendo conhecer moças para amizade ou namoro. Ela respondeu o anúncio e, pouco tempo depois, se conheceram e casaram.
Nos anos 90 troquei correspondência com dezenas de pessoas, de vários lugares do Brasil. Comecei trocando recortes sobre artistas. Eu era fã da cantora e apresentadora Mara Maravilha, e colecionava tudo que fosse referente a ela . Então mandei uma carta para um jornal no qual havia uma seção de correspondência e comecei a receber cartas de pessoas que me enviavam reportagens de revistas sobre a Mara, e em troca eu lhes enviava recortes sobre artistas dos quais elas eram fãs. Correspondi-me durante um longo tempo com uma moça de Guaíba, que era fã da Angélica. E nossa corresponência foi muito além de uma simples troca de recortes: acabamos ficando amigos mesmo. Nessa época eu tinha 13, 14 anos e havia dias em que recebia mais de dez cartas.
Mais tarde, já em plena adolescência, minhas amizades por correspondência passaram a ter outro pretexto: a troca de informações sobre esoterismo, minha paixão de então. Na revista Destino havia uma seção de correspondência, e escrevi para uma moça chamada Sonia Cristina, que morava em Poá - SP. Com ela correspondi-me durante anos, e tenho ainda suas cartas. Acabei perdendo contato com ela, mas suas cartas são uma das mais fortes recordações de uma época de minha vida.
Parece que com a internet esse tipo de amizade foi quase totalmente substituído pelas amizades virtuais. Mas esse tipo de contato, via orkut e msn, tem algo de superficial, imediato e efêmero. Não é a mesma coisa. Felizmente, acabo de encontrar uma comunidade no orkut que reúne pessoas que ainda cultivam o hábito de trocar cartas. Acho que vou escrever para algumas e ver se essa prática ainda tem o mesmo efeito para mim.

terça-feira, 15 de julho de 2008

O enforcado




Enforcado, mas não pelo pescoço, e sim pelo pé. Seus pés estão, pois, fora do chão. De cabeça para baixo: é assim que ele vê o mundo. Mas nem por isso ele demonstra espanto, medo ou vontade de sair dessa situação, que seria sentida como terrível pela maioria dos indivíduos. Até mesmo cruzou as pernas e acomodou-se com os braços sobre as costas. Parece estar vivendo uma experiência libertadora. Quem é ele? Um subversivo, talvez. Ou um místico. Ou um lunático. Ou os três ao mesmo tempo.
Ele está, literalmente, "pendu", dependurado: nem na terra, nem no céu, mas numa faixa de transição entre ambos. Dessa situação, pode ele apreender um novo jeito de ver, um novo jeito de ser. Mas não pode assim permanecer para sempre. Tal ascese é por demais exigente para ser duradoura. Se assim ficar por muito tempo, perecerá.
Podemos ficar dependurados por opção. Mas apenas por algum tempo. Em alguma hora, a corda arrebentará. Quais serão os efeitos da queda?


Diz-me: Quais serão os efeitos da tua queda?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tiram fotos, logo existem

Irrita-me um pouco essa obsessão que muitas pessoas adquiriram por tirar fotos de si próprias e expô-las de todas as formas possíveis, sobretudo na internet. Enchem álbuns e mais álbuns no orkut, criam fotologs ou até blogs apenas para publicar fotos.
Em muitos casos, isso revela um certo exibicionismo: "é preciso mostrar aos outros as coisas interessantes que fazemos, a vida divertida que levamos, as pessoas simpáticas com quem convivemos". Não basta fazer uma bela viagem a Buenos Aires. É necessário que todos saibam que lá estivemos. Não basta participar de uma festa pra lá de animada. É preciso mostrar a todos o quanto nos divertimos! Chega a ser cômica a inversão que isso acarreta às vezes: as pessoas não fotografam situações especiais, mas criam situações que possam fotografar. Isso fica tão evidente em certos casos que é impossível não rir das fotos que vejo em alguns álbuns de contatos meus no orkut.
Mas há também uma outra questão dentro desse "fotografismo": a irrealidade de grande parte dessas fotos internéticas. As pessoas forjam nas fotografias uma imagem de si próprias completamente fictícia. Buscam ângulos que as "beneficiem", camuflam-se com acessórios e fazem poses que as tornam simplesmente irreconhecíveis (Nem vou entrar na questão do photoshop, que já virou até clichê). Tudo para perseguir uma estética que aceitaram como padrão e à qual tentam adaptar-se, ainda que por meio das fotos. O mais hilário de tudo isso é que as pessoas, cada vez mais, acabam acreditando nessa farsa. A imagem verdadeira passa a ser a da foto. Não importa mais a verdadeira aparência da pessoa, e sim a que ela conseguiu para si através da fotografia.
Eu não tenho paciência para fotos. Muito menos para participar dessa esquizofrenia coletiva. Com minha câmera gosto mais de fotografar coisas que vejo por aí: um gato branco sentado na frente de uma casa, um pôr-do-sol incrivelmente laranja ou as flores que plantei no meu quintal. E a maioria das fotos que faço jamais mostrarei a ninguém. São minhas, para minha recordação e meu deleite.