sábado, 31 de janeiro de 2009

Um ano depois

Um ano atrás eu era um dependente enfrentando a terrível privação de nicotina.
Hoje não agüento cheiro de cigarro e tenho crises de espirros quando um fumante passa perto de mim. Vez ou outra, principalmente se tomo cerveja, sinto uma leve sensação de que falta algo, um cigarrinho... Mas é uma sensação tão vaga que mal chego a me dar conta de sua existência. Engordei uns 5 quilos, o que pra mim foi uma conquista, pois, com 1m87, eu pesava, antes, 70 quilos. Descobri que sou hipertenso e que, por isso, fumar me colocava em um risco ainda maior.
Conclusão: parar só me trouxe coisas boas. (Algo que todo mundo sabe, mas que só passa a ter sentido de verdade quando se sente no próprio corpo.)
Segundo o http://www.pareagora.com.br/ :

Faz 11 meses, 30 dias, 21 horas, 30 minutos e 12 segundos que você parou de fumar.
Você economizou R$686,06 não fumando 5488 cigarros.
Mas o mais importante é que você salvou 1 mês, 6 dias, 22 horas e 13 minutos de sua vida.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Pecaminoso

A convite da Hazel, dona da Casa Claridade, respondo este meme, que consiste em confessar-se levando em consideração cada um dos ditos "pecados capitais".


Minha GULA é por doces e cerveja (sim, beber em demasia também inclui-se nesse pecado).
Minha AVAREZA anda junto com a PREGUIÇA: não gosto de gastar muito com roupas, calçados e coisas do gênero, e faço qualquer coisa para não ter que andar por lojas escolhendo essas coisas tão... supérfluas.
INVEJO quem não tem preocupações, principalmente no âmbito material.
Fico IRADO quando percebo injustiças, sejam em relação a mim ou a outras pessoas.
Acho que é uma forma de SOBERBA não gostar de ouvir conselhos.
Em LUXÚRIA nunca peco, pois considero que só há pecado quando há culpa, e culpa nesse setor não guardo nenhuma.
Tenho PREGUIÇA de responder memes, por isso demorei tanto a responder este. Brinco. Tenho preguiça de tudo que não é prazeroso.
Ainda bem que não existe pecado abaixo da linha do Equador.


Convidarei a também fazerem suas confissões virtuais os donos dos blogs abaixo listados:

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O bilhete (ou O Anjo que registra)

Há algumas semanas, andando por um lugar ermo de Pelotas, encontrei no chão uma folha de caderno pequeno, dobrada em 6 partes. Peguei-a do chão e descobri um bilhete. Guardei-o. Um bilhete não pode ficar ao léo. A Catia não deveria tê-lo deixado assim, ao alcance de um profanador de intimidades. O bilhete agora está sob minha posse e aqui ficará registrado, enquanto o blogger existir.
Em uma letra miúda (provavelmente de homem), indecisa entre cursiva e de imprensa, escrita com Bic azul, no centro da folha, o texto, cuja diagramação reproduzo tanto quanto possível:

Catia
Espero que ao chegar
Em casa voces estejam
todos muito
Bem.
Porque que eu estou
Bem e vou chegar
aí melhor ainda.
Beijao Amo Voces
Ass
Ilegível
Responda o que se pede:
1. Quem será ele, o autor?
2. Qual será sua relação com Catia? E quem serão os outros "vocês"?
3. Onde estaria ele ao escrever? E onde estaria ela?
4. E como o bilhete chegou às mãos de Catia? (Ou não chegou?)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Até logo, Pantanal!


Terminou há pouco o último capítulo de mais uma (a terceira) reprise da novela Pantanal, da extinta Rede Manchete, dessa vez exibida pelo SBT. Fazia um tempinho que eu não acompanhava uma novela assim, de cabo a rabo e com entusiasmo. Vou ter saudades de Pantanal, confesso. Saudades do Zé Leôncio, da Juma, da Maria Bruaca, da Filó, da Muda, da Irma, do Tadeu, do Alcides, do Véio do Rio... Eu gosto de novela. Novela é diegese pura (seja lá o que isso signifique). Pena que as atuais sejam tão ruins. (Espero que a da Glória Perez, que começa segunda-feira que vem, valha à pena.)

Pantanal conquistou-me, antes de tudo, por ser de outra época. 1990 é outra época, é passado distante, e deu pra ver isso claramente assistindo à novela: os cabelos, as falas, até a publicidade dentro da novela denunciavam a época a todo instante. Mas conquistou também por ser uma boa história, com belos cenários, bela trilha sonora e bela direção. Não é à toa que foi bem no ibope, mais uma vez. Soube que o último capítulo teve excelente audiência, mesmo concorrendo com a estréia de mais um Big Brother. O que não deixa de ter um forte valor simbólico. A novela de 18 anos atrás concorrendo com o programa que pretende ser o signo da atualidade.

Se a novela começasse a ser exibida de novo amanhã, eu veria novamente. Com certeza ainda será reprisada daqui a alguns anos. Por isso... até logo, Pantanal!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Descarga

Eu às vezes ando por aí criando textos, que vão ficando na minha cabeça enquanto tenho preguiça de digitá-los. Então de repente sento-me e simplesmente descarrego-os no teclado. Teria mais uns 3 para hoje. Mas ficarão para a próxima descarga, se nenhum arquivo se corromper... ou já estariam todos corrompidos por natureza?

Ecologicamente enganoso

A nova moda que chegou aos supermercados por aqui é a de incentivar os clientes a trocarem as sacolas plásticas por uma "sacola ecológica", de tecido, para levar as compras para casa. Parece-me que os únicos beneficiados com isso são os próprios supermercados. Vou dizer por quê.
Os supermercados já começam lucrando: as tais sacolas de tecido são vendidas por eles e não oferecidas como brinde ao cliente. Além disso, eles aumentariam seus lucros não precisando mais oferecer sacolas plásticas ao cliente.
O cliente, como vimos, já começa tendo que comprar a sacola de tecido. E continua tendo mais prejuízo depois. Ora, todas as pessoas que conheço utilizam as sacolas plásticas dos supermercados para embalar o lixo doméstico e descartá-lo. Sem as sacolas plásticas, será necessário substituí-las por sacos de lixo... que deverão ser comprados nos supermercados!
E para o meio-ambiente nada muda, afinal as sacolas serão substituídas por sacos de lixo, também feitos de plástico, trocando-se seis por meia dúzia.
Não vou aderir à campanha. Não é porque as sacolas são verdes e chamam-se "ecológicas" que elas trarão algum benefício. Para mim é só um caso de propaganda enganosa mesmo.

Sinal dos tempos

Minha recente viagem a Tapera (minha provinciana cidade natal de 10 mil habitantes situada no norte do Rio Grande do Sul) rendeu-me uma curiosa e extravagante descoberta, reveladora de uma grande revolução em curso por lá: deparei-me com um grupo de travestis na praça central da cidade. O que pode parecer banal para o habitante de um grande certo urbano é algo realmente digno de nota em se tratando de Tapera.
O mais surpreendente é a (pelo menos aparente) pacífica convivência entre os travestis e os demais cidadãos locais. Nas noites de sábado e domingo, especialmente durante o verão, é para a praça que se dirigem muitas famílias taperenses para fazer seu passeio, tomar um sorvetinho e apreciar o movimento. E para a mesmíssima praça acorrem esses 5 ou 6 travestis.
Não resisti: fui bater um papo com eles e acabei fazendo amizade e ouvindo histórias deliciosas sobre os bastidores da cidade. Dentro do grupo estava um rapaz de 17 anos, com seus cabelos compridos, roupas femininas, um inconfundível gingado ao andar e uma história de vida surpreendente. Professor de dança na escola municipal e aluno do curso de Magistério no Ensino Médio conservadoríssimo de Tapera. Ele é provavelmente o habitante mais inteligente de Tapera nos tempos atuais. Tempos diferentes daqueles em que eu vivia por lá e que mostram que a revolução invade até mesmo os pacatos municípios interioranos. Revolução feita não pelos donos da cidade nem pelos mestres das escolas, mas por gente como esse rapaz, que põe a cara a tapa e ocupa com dignidade seu lugar na praça, na escola, na cidade.