segunda-feira, 28 de julho de 2008

Resultado do teste de personalidade



Trastorno de personalidad esquizoide
Las personas con trastorno de personalidad esquizoide son introvertidas, ausentes y solitarias. Parecen frías y distantes. Con frecuencia están absortas en sus propios pensamientos y sentimientos y temen la aproximación y la intimidad con otras personas. Poco habladoras, sueñan despiertas y prefieren la especulación teórica a la acción. La fantasía es un modo frecuente de enfrentarse a la realidad.
Trastorno de personalidad evitadora

La gente con una personalidad evitadora es muy sensible al rechazo y teme comenzar relaciones o alguna cosa nueva por la posibilidad de rechazo o de decepción. Estas personas tienen un fuerte deseo de recibir afecto y de ser aceptadas. Sufren mucho por su aislamiento y su falta de habilidad para relacionarse cómodamente con los demas. Al contrario de aquellas con una personalidad límite, las personas con un trastorno de personalidad evitadora no responden con cólera al rechazo; en lugar de eso, se presentan tímidas y retraídas. El trastorno de personalidad evitadora se parece mucho a la fobia social.

Marcas de ayer

Tem noites em que os fantasmas emergem das profundas cavernas nas quais tento aprisioná-los e assombram-me, assombram-me, assombram-me. São tantos fantasmas - tantas lembranças, numerosíssimas, poderosíssimas e incontroláveis! Como arquivos intermináveis que reviso, repasso e desempoeiro. Haverá espaço em meu disco rígido para esses tantos arquivos que ainda hão de ser gravados sobre ele? Pergunto-me em que triste situação encontrarei-me daqui a dez anos, sobrecarregado com mais uma década de memórias. Passarei todo o tempo a revolvê-las, e as noites serão insuficientes para tamanha tarefa.
Segunda-feira, 6h 04min

sábado, 26 de julho de 2008

Amigos por correspondência

Guardo ainda hoje algumas cartas que recebi há mais de dez anos, escritas por pessoas que só conheci assim, através de correspondência. Na época pré-internet era assim que muita gente se conhecia. Conta a lenda que meu pai e minha mãe se encontraram assim: ele colocou um anúncio em uma revista querendo conhecer moças para amizade ou namoro. Ela respondeu o anúncio e, pouco tempo depois, se conheceram e casaram.
Nos anos 90 troquei correspondência com dezenas de pessoas, de vários lugares do Brasil. Comecei trocando recortes sobre artistas. Eu era fã da cantora e apresentadora Mara Maravilha, e colecionava tudo que fosse referente a ela . Então mandei uma carta para um jornal no qual havia uma seção de correspondência e comecei a receber cartas de pessoas que me enviavam reportagens de revistas sobre a Mara, e em troca eu lhes enviava recortes sobre artistas dos quais elas eram fãs. Correspondi-me durante um longo tempo com uma moça de Guaíba, que era fã da Angélica. E nossa corresponência foi muito além de uma simples troca de recortes: acabamos ficando amigos mesmo. Nessa época eu tinha 13, 14 anos e havia dias em que recebia mais de dez cartas.
Mais tarde, já em plena adolescência, minhas amizades por correspondência passaram a ter outro pretexto: a troca de informações sobre esoterismo, minha paixão de então. Na revista Destino havia uma seção de correspondência, e escrevi para uma moça chamada Sonia Cristina, que morava em Poá - SP. Com ela correspondi-me durante anos, e tenho ainda suas cartas. Acabei perdendo contato com ela, mas suas cartas são uma das mais fortes recordações de uma época de minha vida.
Parece que com a internet esse tipo de amizade foi quase totalmente substituído pelas amizades virtuais. Mas esse tipo de contato, via orkut e msn, tem algo de superficial, imediato e efêmero. Não é a mesma coisa. Felizmente, acabo de encontrar uma comunidade no orkut que reúne pessoas que ainda cultivam o hábito de trocar cartas. Acho que vou escrever para algumas e ver se essa prática ainda tem o mesmo efeito para mim.

terça-feira, 15 de julho de 2008

O enforcado




Enforcado, mas não pelo pescoço, e sim pelo pé. Seus pés estão, pois, fora do chão. De cabeça para baixo: é assim que ele vê o mundo. Mas nem por isso ele demonstra espanto, medo ou vontade de sair dessa situação, que seria sentida como terrível pela maioria dos indivíduos. Até mesmo cruzou as pernas e acomodou-se com os braços sobre as costas. Parece estar vivendo uma experiência libertadora. Quem é ele? Um subversivo, talvez. Ou um místico. Ou um lunático. Ou os três ao mesmo tempo.
Ele está, literalmente, "pendu", dependurado: nem na terra, nem no céu, mas numa faixa de transição entre ambos. Dessa situação, pode ele apreender um novo jeito de ver, um novo jeito de ser. Mas não pode assim permanecer para sempre. Tal ascese é por demais exigente para ser duradoura. Se assim ficar por muito tempo, perecerá.
Podemos ficar dependurados por opção. Mas apenas por algum tempo. Em alguma hora, a corda arrebentará. Quais serão os efeitos da queda?


Diz-me: Quais serão os efeitos da tua queda?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tiram fotos, logo existem

Irrita-me um pouco essa obsessão que muitas pessoas adquiriram por tirar fotos de si próprias e expô-las de todas as formas possíveis, sobretudo na internet. Enchem álbuns e mais álbuns no orkut, criam fotologs ou até blogs apenas para publicar fotos.
Em muitos casos, isso revela um certo exibicionismo: "é preciso mostrar aos outros as coisas interessantes que fazemos, a vida divertida que levamos, as pessoas simpáticas com quem convivemos". Não basta fazer uma bela viagem a Buenos Aires. É necessário que todos saibam que lá estivemos. Não basta participar de uma festa pra lá de animada. É preciso mostrar a todos o quanto nos divertimos! Chega a ser cômica a inversão que isso acarreta às vezes: as pessoas não fotografam situações especiais, mas criam situações que possam fotografar. Isso fica tão evidente em certos casos que é impossível não rir das fotos que vejo em alguns álbuns de contatos meus no orkut.
Mas há também uma outra questão dentro desse "fotografismo": a irrealidade de grande parte dessas fotos internéticas. As pessoas forjam nas fotografias uma imagem de si próprias completamente fictícia. Buscam ângulos que as "beneficiem", camuflam-se com acessórios e fazem poses que as tornam simplesmente irreconhecíveis (Nem vou entrar na questão do photoshop, que já virou até clichê). Tudo para perseguir uma estética que aceitaram como padrão e à qual tentam adaptar-se, ainda que por meio das fotos. O mais hilário de tudo isso é que as pessoas, cada vez mais, acabam acreditando nessa farsa. A imagem verdadeira passa a ser a da foto. Não importa mais a verdadeira aparência da pessoa, e sim a que ela conseguiu para si através da fotografia.
Eu não tenho paciência para fotos. Muito menos para participar dessa esquizofrenia coletiva. Com minha câmera gosto mais de fotografar coisas que vejo por aí: um gato branco sentado na frente de uma casa, um pôr-do-sol incrivelmente laranja ou as flores que plantei no meu quintal. E a maioria das fotos que faço jamais mostrarei a ninguém. São minhas, para minha recordação e meu deleite.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Primeiros avisos ao peregrino



Instruções: Ler ao aroma de incenso de canela e ao sabor de cerveja barata.


Percorrendo as trilhas banhadas pela luz das estrelas, chegarás a uma encruzilhada onde deverás escolher. Toma o caminho que mais medo te provocar. Quando o estiveres percorrendo, presta atenção aos ruídos: quando ouvires o som de um riacho que parece cantar, esse é o sinal. Sinal de quê? De que estás perto. Perto de quê? Saberás quando tiveres encontrado a casa na frente da qual a velha que parece uma cigana fuma seu cachimbo. Ela te olhará com um sorriso emblemático. Inútil questioná-la: nada te dirá. Senta-te um pouco ao lado dela e observa o belo homem de dorso nu que passará assoviando uma canção vulgar. Cuidado com seu olhar! Seus olhos verdes têm o poder de aprisionar as almas dos que os fitam. A não ser que queiras tornar-te prisioneiro dele para sempre. Há aqueles que encontraram nessa prisão sua definitiva liberdade e hoje vagam pelo mundo em busca de verde igual, sem jamais encontrá-lo.
Quando a velha oferecer-te seu cachimbo, aceita-o. Em seguida, despede-te dela e segue teu caminho.